Opinião

Opiniao 24 01 2020 9670

Antes que seja tarde Paulo Nicholas*

Vamos esticar o tempo. Cada segundo valem 20, ok?

Era uma vez um sujeito que foi empurrado do 26º andar de um prédio. 

No instante seguinte ele começou a sentir uma leve brisa que até o refrescou naquele calor de verão. 

Todos os moradores estavam nas janelas a vê-lo cair, e a cada andar que ele passava, dizia: até aqui, tá tudo bem!

Reflita sobre isso. 

Uso muito essa estória quando quero dizer a mim mesmo que, posso estar redondamente enganado mesmo estando “tudo certo”.

Não é porque as coisas deram certo até aqui que devemos continuar agindo da mesma forma. Afinal, a única constante da vida é a mudança. Nós mudamos, ficamos mais velhos, mais maduros (ou não), mudamos pra melhor ou pior. Adquirimos experiência e percebemos hoje muita coisa que passava batido antes. 

Estamos no meio de uma revolução e, por estarmos no olho do furacão, acabamos não nos dando conta. A nossa sociedade está mudando muito rápido. Os costumes, o modo de viver e a tecnologia afetam a nossa forma de enxergar o mundo e com isso podemos, de uma hora para a outra, estar redondamente enganados no rumo decidido para as nossas vidas.

Costumo usar uma máxima que diz que a vida começa quando você sai da zona de conforto. Uso isso para mim mesmo. Acho que sempre é hora de repensar, reformular e reavaliar nossas vidas, porque o tempo passa, passa rápido e pode ser que, quando você der conta, já seja tarde. Então, avalie, reavalie e repense. Talvez esteja na hora de dar uma guinada na sua vida, antes que seja tarde.

*Advogado e escritor @pnicholas

Correr sem se lesionar

Ana Paula Simões*

Sempre me orgulho em dizer que além de orientar meus pacientes a praticarem esportes como tratamento e prevenção de lesões, eu mesma também pratico! Mas acima de tudo, o melhor é nunca ter ficado afastada por lesão. Por esse motivo, resolvi fazer aqui uma lista de dicas para seguirem e também ficarem atentos aos sinais que o corpo apresenta ao correr. Abaixo, você encontrará os riscos e as formas de evitá-los.

Evite correr todos os dias – Segundo a literatura, aqueles que correm três dias por semana têm menor taxa de lesões. Acredito que quase todos os corredores, com exceção dos atletas profissionais e aspirantes a recordes mundiais, podem ter o mesmo desempenho e treinar todos os dias. Mas ter 48 horas entre as corridas é importante na reparação de danos. Aqueles que inserem uma corrida curta e lenta no dia da recuperação não estão permitindo uma recuperação completa. Sugiro fazer uma atividade de fortalecimento neste intervalo ou de exercícios funcionais ao invés de apenas correr diariamente.

Vá mais devagar nas corridas longas – A maioria das lesões, durante os programas de treinamento de maratona e provas longas, ocorre porque as pessoas querem correr muito mais rápido do que fizeram nos treinos. A corrida, de acordo com seu treino, permitirá que suas pernas (força muscular) se recuperem mais rapidamente. Lógico que um pace menor e boa performance sempre são bem-vindos, mas cuidado com os excessos. Muitos iniciam mais devagar e experimentam uma recuperação mais rápida, progressivamente ganhando velocidade conforme seu corpo permitir.

Mais caminhadas – O uso contínuo de qualquer músculo da mesma maneira aumenta a fadiga mais rapidamente. Continuar a correr continuamente, com músculos cansados, aumentará bastante a chance de lesões. Se você já tem dores, é melhor andar com mais frequência, desde o início. As pausas para caminhadas mais importantes são aquelas realizadas no início da corrida, pois podem diminuir o cansaço. Não se intimide: caminhe! Melhor do que parar e sentar.

Não alongue se você tem dor – Alongar um músculo ou tendão encurtado ou lesionado aumentará o dano. Mesmo um estiramento leve das fibras resulta em uma recuperação mais longa, se elas forem alongadas. Alongar um músculo que foi lesado pela corrida pode piorar. A massagem é uma ótima maneira de lidar com a contratura natural produzida pela corrida. A microlesão e a contratura subsequente são uma coisa boa, permitindo que você execute com mais eficiência e evolua na sua corrida. Portanto, cuidado com essa moda do “Recovery” .

Cuidado com o treinamento de velocidade – Exercícios de velocidade produzem maiores lesões musculares. Você pode reduzir as chances de isso acontecer aquecendo muito bem, fazendo algumas acelerações leves, testando a si mesmo progressivamente. Outros fatores importantes de redução de lesões são os seguintes: caminhar mais entre cada repetição de velocidade e permanecer tranquilo com sua estabilidade e, se possível, progresso.

Nunca corra com dor, inflamação ou perda de função – Se você tiver alguma das situações acima, pare a corrida imediatamente. Continuar correndo por superação ou gerando sobrecarga geralmente produz múltiplos danos, exigindo semanas ou meses para reparo. Respeite seu corpo. E sempre saliento: se estiver mancando ou com dor, diminua sua performance. Melhor parar para se recuperar do que se lesionar!

Bons treinos!

*Professora Instrutora da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e Mestre em Medicina, Ortopedia e Traumatologia e Especialista em Medicina e Cirurgia do Pé e Tornozelo pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. É Membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia; da Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé, da Sociedade Brasileira de Artroscopia e Traumatologia do Esporte; e da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte. www.anapaulasimoes.com.br

O que vemos no que vivemos

Afonso Rodrigues de Oliveira*

“Vivo a vida e sigo pela estrada Com meu coração batendo forte Olho tudo e não veja quase nada Além da minha própria sorte.” (Leide Moreira)

Como é gostoso viver a vida na poesia. Porque ela, a vida, de per si já é uma poesia. Como vivê-la depende do poeta. A vida é uma peça de teatro. Cabe a cada um de nós saber como desempenhar seu papel. E é simples pra dedéu. Vamos citar mais uma vez o mestre Charles Chaplin: “A vida é uma peça de teatro que não permite ensaio. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos.” Porque é como devemos viver a vida. Cantando, dançando, rindo e sorrindo, sem perder tempo com desacertos. Nunca perca seus bons momentos, com receio de parecer tolo com os risos. É a alegria que nos traz felicidade, e não a tristeza. 

O Bob Marley também disse: “Enquanto a cor da pele for mais importante do que o brilho dos olhos, haverá guerra.” Só quando estivermos no nível mais elevado da racionalidade, entenderemos que somos todos iguais nas diferenças. E se somos iguais não há porque ranzinzar com as diferenças insignificantes, que só valem para os insignificantes. Não sei se você concorda, mas devemos levar mais em consideração os ensinamentos da Cultura Racional. E a racionalidade está nos dizeres dos que cultivaram a racionalidad
e nos pensamentos racionais. “Devemos ser o que não somos, mas sem deixar de ser o que somos.” E somos todos da mesma origem. A origem racional. Logo, o caminho mais curto é a busca da racionalidade. Coisa que o ser humano ainda não conseguiu alcançar. Mas não vamos desistir. Vamos em frente. 

Se a vida é uma peça de teatro, cada um de nós é um ator. E os ensaios ficam por conta da racionalidade de cada um. Então vamos buscar e descobrir o melhor que está dentro de nós mesmos. Porque cada um de nós tem o poder de que necessita para alcançar o pódio da racionalidade. “O reino de Deus está dentro de nós.” Então porque ficar perdendo tempo, buscando o que os outros dizem que devemos ter, quando temos tudo de que necessitamos? Vamos sair do círculo de elefante de circo. Porque se prestarmos mais atenção veremos que é o que somos, e como nos comportamos. Valorize-se no que você é para que seja valorizado, ou valorizada, como é. Respeite o próximo como você quer que ele o respeite. Mire-se, sempre, no seu espelho interior. É nele que você se vê como você realmente é. Quando nos vemos como somos, dentro da racionalidade, não tememos o inferior. A inferioridade iguala-se aos cachorros e aos covardes: eles sabem quando você está com medo. Pense nisso. 

*Articulista [email protected] 99121-1460 

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