Opinião

Opiniao 11 06 2018 6361

Afinal, o que será do Brasil? – Tom Zé Albuquerque*

Aécio Neves e Dilma Rousseff estão liderando as intenções de voto no Estado de Minas Gerais. Renan Calheiros também arrebenta em Alagoas. Jacques Wágner é o querido das intenções de voto na Bahia. Muito provável que a família Sarney retome com força total o poder no Maranhão…

Os nomes acima citados, entre tantos outros, formam uma retrógrada ala da política brasileira, dotada de modelos arcaicos de lidar com o poder, cujos atores estão totalmente avessos à conjuntura brasileira atual, ao clamor nacional, ao vislumbre de uma sociedade ajustada pela eficiência dos serviços, pela preservação do erário, pela integridade nas ações, pela celeridade e transparência dos atos, pela não apropriação indevida e desenvergonhada do que é público e, principalmente, pelo cumprimento irrestrito do seu dever naquilo que ao homem público foi creditado através das urnas.

Para uma sociedade organizada, coesa e justa, não há outra saída senão através da política. Não a partidária (sobremaneira a praticada no Brasil), que corrói, degrada, saqueia e se prostitui provocando tamanha desigualdade social no país, através de oligarquias e guetos, criados, ampliados e perpetuados com um fim destorcido, culminando em fábrica de privilégios, benesses e regalias, geradora de umformato politico doperverso, tirânico e atroz, em que o partido predomina acima e além do Estado.

A Política, a qual uma sociedade precisa para sobreviver, abrange diversos aspectos de grupos sociais ou comunidades, porque é ampla e sistêmica ao englobar os processos de formação do Ser político e suas relações, acolhendo pessoas e instituições, compreendendo práticas e relações que moldam a vida pública em sociedade. A Política que nós brasileiros precisamos há de tratar do papel das cidades, da cidadania, dos direitos civis e políticos e, pois, do Estado, não a unidade federativa, mas o ente regulador pela autoridade constituída e regulado pelo povo, em qualquer esfera.

O conceituado escritor, doutor Jorge Caldeira, em recente obra intitulada de “A História da Riqueza no Brasil – cinco séculos de pessoas, costumes e governos”, considerando Adam Smith (sem véu ideológico) e observando Celso Furtado, finca para o leitor quão promissor foi nosso país, a impetuosidade do povo e farto espírito empreendedor. O que fizeram de nosso país, pois? Há 40 anos a China, hoje segunda grande potência mundial, amargava um atraso risível em comparação ao Brasil. Assim como em relação à Coréia do Sul, hoje espelho de desenvolvimento. E mais próximo, o Chile, há uma década maior PIB da América Latina, no passado próximo uma província, ante o espectro continental brasileiro.

“Não há países desenvolvidos ou países subdesenvolvidos; o que há são países administrados e não administrados”, disse o papa da Administração moderna, Peter Drucker. O que nós brasileiros queremos? A construção de um novo país ou a predominância movediça e suicida de uma nação? Custa-me acreditar que a população suporte ainda tanta consternação. Até quando?

*Administrador

Mark e os jornais – Marcelo Rech*

É sintomático que o mentor e executivo-chefe do Facebook, Mark Zuckerberg, tenha escolhido os jornais para estampar, em anúncios de página inteira no domingo passado, seu pedido de desculpas pela quebra da privacidade de 50 milhões de usuários na entrega de dados à consultoria eleitoral Cambridge Analytica. Por que um dos impérios digitais do planeta, erguido em grande medida pelo desprezo à imprensa profissional, se valeria de nove títulos de edições impressas – três nos Estados Unidos e seis no Reino Unido – para apresentar um inédito mea culpa? A razão pode ser resumida em um objetivo: a busca da credibilidade. Gradativamente, os jornais deixaram de se posicionar como meios da era pré-internet que divulgavam notícias do dia anterior para, escorados em técnica jornalística e códigos de ética, se transformarem em certificadores da realidade em uma era em que a difusão de informação virou de cabeça para baixo. Com seus anúncios, o que Zuckerberg sinalizou é que, para fazer frente à acelerada corrosão do submundo digital, ele também precisa ancorar a reputação de sua empresa em baías seguras, protegidas do vendaval de bits que varre o planeta e recria a realidade ao gosto do cliente e no engano do freguês. Desde sempre, os jornais estão fundeados nas baías da confiança, em oposição às marés de notícias falsas e às fraudes nas métricas digitais que deturpam audiências e iludem a boa-fé de anunciantes. Por não aceitarem mais terceirizar sua reputação a loterias digitais, nas quais marcas consagradas podem acabar patrocinadoras involuntárias de conteúdos racistas, ofensivos ou apenas delirantes, é que mais e mais, grandes empresas se distanciam do oceano selvagem das redes e buscam refúgio em enseadas confiáveis e resguardadas das tempestades virtuais. Nunca é demais lembrar que jornais – bem como os demais meios que assumem suas responsabilidades diante da sociedade – estão no ramo do acerto e da precisão. Quando erram, o que é uma trágica possibilidade em um produto dinâmico e subjetivo, assumem sua falha e corrigem-na assim que a identificam. É uma atitude bem diferente da olímpica lavagem de mãos de plataformas digitais que, muitas vezes à custa da disseminação de falsidades, extraem o máximo de dados de usuários que não se dão conta de serem eles o produto final dos facebooks da vida.

*Presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ) e vicepresidente Editorial do Grupo RBS.

Chute o balde, mas sem barulho – Afonso Rodrigues de Oliveira*

“Sucesso é caminhar de fracasso em fracasso sem perder o entusiasmo” (Abrahão Lincoln)

Na verdade, até as crianças, hoje, já estão entendendo isso, só os fracos caem nos tropeços. Os fortes caem, levantam-se, sacodem a poeira e vão em frente. Paulinho da Viola nos disse isso. Simples pra dedéu. Nunca se lamurie. As quedas e os maus acontecimentos fazem parte do desenvolvimento mental. O que acontece de mau é para que aprendamos a buscar o bom. E se é mal, busque o bem. A diferença estará no crescimento do seu grau de evolução racional. Então evolua. Não perca seu tempo com tristezas nem aborrecimentos.

Todo o poder de que você necessita para seguir essa trilha está em você mesmo. Não perca seu tempo saindo por aí buscando a força que você já tem. “O reino de Deus está dentro de nós”. A dificuldade está em os pessimistas entenderem iss
o. Eles estão sempre mais inclinados para as fantasias, mentiras e folias mentais que não os levam a lugar nenhum. Os mantêm presos nas falsas hilárias do circo no círculo do elefante de circo. Caia fora dessa gangorra.

Ninguém, sobre a Terra, além de você mesmo, tem o poder que você tem sobre você mesmo. E isso só depende de sua capacidade emse valorizar. Ninguém, além de você mesmo, tem o poder de fazer você se sentir feliz ou infeliz, se você não estiver a fim. Encarar as dificuldades na caminhada do dia a dia é uma tarefa árdua, mas que enriquece. Se tiver que chorar, chore. Mas erga a cabeça e sorria. É no sorriso que você indica que venceu a batalha. Que tudo que vier posteriormente, será apenas aprimoramento racional. E é na racionalidade que evoluímos, crescemos e vencemos. E tenho certeza de que você venceu. Orgulho-me disso. A luta daqui para frente será apenas um avanço. E quando avançamos nos aproximamos da reta de chegada. E mesmo sabendo que o horizonte é inatingível, você não vai deixar de tentar alcança-lo. Tenho certeza.

A cabeça sempre erguida evita que olhemos para os bicos dos sapatos. É quando aprendemos a olhar, sempre que estamos diante do espelho, para nossas duas figuras: uma é a que o espelho nos mostra, a outra é a que está dentro de nós que só a vemos quando sabemos quem realmente somos. Porque nem sempre somos aquilo que o espelho nos mostra. É quando aprendemos que somos o que pensamos, mas nem sempre somos o que pensamos que somos. É aí que nos analisamos e aprendemos a encarar com personalidade o que nos enfrenta, tentando nos afrontar. Mas os fortes sempre serão respeitados pelos mais fracos. Seja sempre forte como você é. Nada impedirá seu crescimento. Pense nisso.

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