Opinião

Opiniao 06 12 2019 9423

FOFOCA DO BEM Paulo Nicholas*

Conversa entre dois amigos:

–    Tu não sabes quem eu encontrei esses dias! –    Quem? –    Fulano de tal, ele me falou tão bem de ti. Disse-me que gostava demais de você e te mandou um grande abraço.

Agora uma pergunta: Quem não gosta de receber uma notícia dessas? Pois é. Ser querido, ser elogiado ou admirado e ser informado disso é um enorme fator de elevação de nossa autoestima. Mas é cada dia mais raro ter este tipo de conversa. Chamo isso de “fofoca do bem”. É quando podemos fazer o que todo ser humano com uma vida social média a-do-ra: Falar dos outros. Falamos da vida alheia sempre que pudemos. Com nossos amigos e dos nossos amigos. Com nossa família e da nossa família. Falar dos outros é uma prática quase que primitiva da humanidade, nos ajuda a fazer amigos, a fortalecer laços de amizade e no desenvolvimento da linguagem. E, por mais que digamos a todos que não gostamos ou que “é coisa de quem não tem o que fazer”, o fato é que todos nós gostamos de uma fofoca. Somos fofoqueiros por natureza. Sim, afinal a vida alheia é sempre interessante, e quando sabemos de algo, temos um poder temporário de informar coisas que sabemos e que vai interessar a alguém. E isso nos faz sentir importantes, simplesmente por sermos detentor e repassador de uma informação que um terceiro ainda não sabe. Logo, se eu sei de alguma coisa sobre alguém, dá logo um comichão para sair contando a todo mundo, não? Estão aí os grupos de whatsapp, que criaram a cyberfofoca e nos ajudam a espalhar um boato, uma notícia ou uma imagem engraçada na velocidade da luz! Mas é a partir deste momento que podemos começar a mudar as coisas. É que boa parte das pessoas se interessa em espalhar as más notícias, os infortúnios, os defeitos e os revezes dos outros. Muitas vezes sem nem ter certeza da veracidade daquela informação. Porque não fazermos isso com as boas coisas, sermos partidários da energia do bem? Afinal, quem não gosta de ser elogiado? Ou melhor: Quem não gosta de saber que foi elogiado? Quem não se sente bem sabendo que é querida, amada, admirada… Sugiro uma experiência. Procure observar a pessoa mais bem sucedida do teu ciclo social e perceba que, muito provavelmente, ela fala pouco dos outros ou só derrama elogios para todos. Normalmente essas pessoas são bem sucedidas justamente porque todos dizem: Fulano é muito gente boa, muito querido! Pratiquemos a fofoca do bem. Sejamos os divulgadores de boas novas. Procuremos divulgar os elogios dados, as soluções encontradas e exaltemos as qualidades dos nossos amigos e conhecidos. Sejamos fofoqueiros sim, mas do tipo que ajuda a divulgar a cortesia, o apreço, o carinho, a consideração e a admiração que as pessoas nutrem umas pelas outras.  Experimente ser um fofoqueiro do bem e sinta como faz bem (em todos os sentidos) dar e receber boas novas. Pratique ser um divulgador de boas novas e sinta as consequências!

*Advogado e escritor @pnicholas

DE CRUZ E SOUZA PARA A FOLHA DE SOUZA CRUZ

Daniel Severino Chaves*

Ó Folha, alegre ou triste, serena ou palpitante! que transmite as solidárias notícias pelas regiões longínquas, visionárias do teu sonho secreto, fascinante em canção, trazendo célere a informação! Quantas zonas de luz publicaste, quantos silêncios, quantas sombras várias de esferas jornalísticas, imaginárias, falam contigo a todo instante, ó Alma cativante! que chama acende os teus faróis noturnos e veste os teus mistérios taciturnos dos esplendores do arco de aliança da transformação! Por que és assim, diariamente, como um arcanjo infante, adolescente, esquecido nos vales da Esperança da informação?!

Livre! Sempre livre da matéria escrava, arrancando os grilhões que nos flagelam e livre para penetrar nos dons que selam a alma e lhe emprestam toda notícia brava. Livre da vontade humana, que já vislumbrava, dos corações daninhos que regelam, quando os nossos sentidos se rebelam, contra a Infâmia bifronte que deprava. Livre! bem livre para o informar mais puro e sem rancor, mais junto à natureza e mais seguro do seu amor, de todas as justiças. Livre! para sentir a grandeza, para gozar das delícias, na universal presteza, fecundas e arcangélicas notícias. Infinitos espíritos dispersos, inefáveis, edênicos, aéreos. Fecundai o mistério destes versos com a chama ideal de todos os mistérios controversos.

Ó Folha de Boa Vista, que eu amei sangrentamente, ó notícias letais ou dolorosas, indolentes ou airosas, essências de heliótropos e de rosas de essência a norna, tropical, dolente… Charges, virgens e tépidas de revelação do sonho e das entrelinhas fabulosas, charges acerbas e maravilhosas, tentadoras do sol intensamente… Passai, dilaceradas pelos zelos, através dos profundos pesadelos que me apunhalam de mortais horrores… Passai, passai, desfazendo os tormentos, as lágrimas, os prantos, os lamentos, em mensagens reais, em voto resoluto… passai eu escuto, eliminando convulsões e dores, em alegres condões de valores.

Junto da morte jornalística retórica é que floresce a vida jornalística histórica! Oh! Folha de Boa Vista, andamos juntos a sepultura de outros jornais. A boca aberta, escancarada, escura da cova é como flor apodrecida pela escaramuça. Com alegria vemos que tua flor não murcha. A Morte lembra a estranha margarida do nosso corpo, fausto sem ventura… Ela anda em torno a toda criatura numa dança macabra indefinida. Vem revestida em suas folhas sedas e amareladas, lúgubres e tredas das ilusões o eterno esquife prega. E adeus caminhos vãos mundos risonhos! Lá vem a loba que devora os sonhos, faminta, absconsa, imponderada notícia cega!

Canais, sejam canais tantos desejos, canais, sejam canais tantos anseios, palpitações e frêmitos e enleios, das harpas da emoção tantos arpejos… Sonhos, que vão, por trêmulos adejos, à noite, ao luar, intumescer os seios láteos, de finos e azulados veios de virgindade, de pudor, de pejos… Sejam canais todos os sonhos brumos de estranhos, vagos, estrelados rumos onde as visões do amor a notícia dormem geladas… Sonhos, palpitações, desejos e ânsias formem, com claridades e fragrâncias, a informação das lívidas amadas! Que as manchetes como pólen de ouro dos mais finos astros fecunde e inflame a rima clara e ardente… Que brilhe a correção dos alabastros sonoramente, luminosamente.

Todas as paródias que procuro e chamo-as para mim, é porque eu as amo na minha alma volteando arrebatadas diluências de luz, velhas tristezas das almas que morreram para a luta! Sois as sombras amadas de belezas hoje mais frias do que a pedra bruta. Murmúrios incógnitos de gruta onde o Mar canta os salmos e as rudezas de obscuras religiões. Voz impoluta de todas as titânicas grandezas. Passai, lembrando as sensações antigas, paixões que foram já dóceis amigas, na luz de eternos sóis glorificadas. Alegrias que há tempos vejo presa no grilhão! E hoje e agora, velhas tristezas no coração, que se vão, embora no poente da saudade amortalhadas de OPINIÃO!

*Prospetivista

        

TANTOS OUTROS QUE NÃO SOU EU Hudson Romério*

Tantos outros que não sou eu… Tantos dezembros Tantos domingos Tantas você!     Tantas estradas que nos levam pra nunca mais. 

Por que me pergunta por onde ando? 

Eu simp
lesmente estou aqui… sempre estive aqui – aqui é todo lugar: todo espaço, toda casa, todo quarto, todo quintal… todo o tempo que esperei por você. (Eu não estaria aqui se não fosse por você!)

Você insiste em perguntar daquilo que eu nem sei o que é – das respostas vazias de todas as verdades, das meias-verdades, ou quase mentiras que falamos no silêncio de cada palavra. (Quando gritamos! [De nada adianta!]… é tarde! Ninguém ouve o passado)

Às vezes procuro uma saída! Outras vezes me pergunto de que somos feitos?  (De incertezas! Frágeis incertezas!) 

A certeza é que eu não sou seu; assim como, minha incerteza é saber que você não é isso: essa estrutura chamada você! Esse corpo em movimento – os olhos que me enxergam, a palavra que me fere, o riso que me açoita, o beijo que me mata… tentar se esconder não é opção, basta o tempo que me expus diante da tua imagem… tantas saídas, tantos becos sem saída.  (Eu insisto estar aqui! Desiludido dessa certeza que estou só)

Há uma rua escura que sempre passo – com o tempo, mesmo no breu de sua extensão, eu já enxergo até a curva da esquina, as pedras soltas, o boieiro, o asfalto gasto por outros pés, os postes sem luz… a vida é assim, uma rua escura que todos os dias passamos e, só notamos as pedras e os buracos quando nos acidentamos neles. O amor, não é a rua, é a pedra que nos esfola, nos faz sangrar, nos faz arder a carne; e mesmo assim, insistimos transitá-lo como se fosse a primeira vez. 

*Escritor e Cronista +55(95)99138.1484 [email protected]

Vida sem graça não tem graça

Afonso Rodrigues de Oliveira*

“É graça divina começar bem. Graça maior persiste na caminhada certa. Mas graça das graças é não desistir nunca.” (Dom Hélder Câmara) 

Comece bem o seu dia. É aí que está a primeira graça em viver. Levante-se e sorria para você mesmo ou mesma. Comece sua caminhada muito cedo. Mas escolha seu caminho e caminhe numa caminhada certa. Vá sempre em frente, independentemente dos obstáculos que possam cruzar seu caminho. E sejam quais forem as dificuldades encontradas, não desista nunca da sua caminhada. Seu rumo deve ser em direção ao horizonte. E mesmo sabendo que você nunca chegará lá, continue na caminhada, porque os resultados estão no seu caminho, à sua espera.

Nunca desperdice seu tempo com aborrecimentos. Eles são um atestado do despreparo. Quando estamos preparados para viver a vida não nos deixamos levar por aborrecimentos que deveriam nos servir de lição para o acerto. Normalmente perdemos muito de nossas vidas nos aborrecendo com a inferioridade dos outros. Não nos valorizamos respeitando as diferença. Ainda não entendemos que quando nos aborrecemos com um tolo estamos dando uma de tolo. Logo, estamos nos igualando na inferioridade. Cada um de nós está no seu grau de evolução racional. E na racionalidade não devemos menosprezar os inferiores. O que devemos fazer é ajudá-los a subir mais um degrau de cada vez. E cada um de nós pode fazer isso sem prejuízo. 

A felicidade é muito importante e podemos transmiti-la a todo instante, e não nos custa nada. Ao contrário, quando doada ela nos traz a felicidade de volta. Então não perca tempo, e mostre quem você realmente é no que você é. Não tente ser superior, seja. E você nunca será superior a alguém enquanto o considerar inferior a você. Porque aí você não estará considerando a igualdade nas diferenças. E esta só existirá quando respeitarmos as diferenças. E é aí que ajudamos no caminho da igualdade racional. Porque não há igualdade sem racionalidade. O racional exige respeito. 

Viva bem o seu dia, hoje. Fazendo isso você o fará todos os dias. O que faz de você uma pessoa superior. E a superioridade faz com que você continue buscando-a no seu dia a dia. Porque é assim que você vai caminhar rumo ao horizonte da racionalidade. Busque tudo que você deseja e quer, dentro de você. “O reino de Deus está dentro de nós.” Não há por que sair por aí procurando o que está em você mesmo ou mesma. Valorize-se não dando importância a coisas sem valor. Ria com o tolo, mas não ria dele. É aí que está a diferença. Jaime Costa já disse: “Não há bobo mais bobo do que o bobo que pensa que eu sou bobo.” Pense nisso.

*Articulista [email protected] 99121-1460   

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