Opiniao 20 11 2018 7261

Tecnologia e sua vitalidade para o futuro das cidades

Amilto Francisquevis*

Recentemente, o Governo Federal lançou o programa “Cidades Inovadoras”, uma iniciativa que contempla financiamento para modernizar os municípios brasileiros com o objetivo de construir políticas públicas sustentáveis. Os recursos vão ser distribuídos de forma prioritária para alguns setores básicos, como saneamento e mobilidade urbana, além do investimento em energias renováveis e eficiência energética. Entretanto, a proposta tem como propósito colocar o País no século XXI quando se fala de tecnologia – o que ainda é um grande gap enfrentado pela nação.

Avanços já foram vistos nos últimos anos, com a disponibilização de ferramentas que permitem um melhor acompanhamento da gestão pública. Por exemplo, o Portal da Transparência trouxe um acesso mais próximo para verificação do uso de recursos públicos. Também pelos sites governamentais é possível checar os projetos de lei propostos pelos representantes eleitos, assim como seus posicionamentos nas votações realizadas. A tecnologia acaba sendo uma ferramenta imprescindível para a democracia, aproximando a informação a quem quiser obtê-la.

Porém, ainda há muito que se investir para que a tecnologia também aja como facilitadora da vida dos cidadãos e para as tarefas que envolvem a administração pública. A portabilidade de serviços ainda é uma área pouco explorada, com algumas iniciativas que têm se destacado por desburocratizar serviços e solicitações. Um exemplo nesse âmbito é o aplicativo Saúde Já, de Curitiba, que disponibiliza o agendamento do primeiro atendimento em um posto de saúde. Outra solução de destaque lançada há pouco tempo foi o App 190, da Polícia Militar, que permite a solicitação do acompanhamento policial para grande parte dos delitos mais atendidos pelas equipes na rua.

A gama a ser explorada ainda é muito grande. Desde a integração de aplicativos que disponibilizem em tempo real informações sobre o transporte coletivo até o agendamento on-line da maioria dos serviços públicos, a tecnologia acaba sendo a infraestrutura necessária para agilizar processos e facilitar acessos. Além disso, em era de Big Data, a coleta, processamento e análise de informações podem identificar exatamente os pontos críticos, indicando os caminhos preferenciais para atividades e investimentos. Ainda é importante ressaltar que ela também pode ser vital para que o cidadão consiga ser vigilante e possa exercer seu papel com mais facilidade.

A grande verdade é: sem tecnologia usada de maneira efetiva, as cidades enfrentam um caminho brusco para atingirem seus potenciais. Sem facilidade de acesso, os cidadãos contemplam barreiras para um melhor equilíbrio de vida. E sem inteligência nesses processos, o desenvolvimento esbarra – assim como um futuro sustentável para todos.

*Assessor de mercado do Instituto das Cidades Inteligentes (ICI)

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Operação Lava-Jato veio para colocar moral

Marlene de Andrade*

“Farei de você um grande povo, e o abençoarei. Tornarei famoso o seu nome, e você será uma bênção.” (Gênesis 12:2).

A Operação Lava-Jato abriu e muito, os olhos dos brasileiros e tanto isso é verdade que uma grande parte da população está nem aí para novelas e futebol e um monte de baboseiras, principalmente da mídia brasileira. O futebol foi sempre um dos grandes interesses do nosso povo, mas está ficando como algo do passado e por quê? Obviamente, porque a população acordou.

É verdade que inúmeras pessoas ainda gostam muito de futebol, mas não mais como antigamente e os motivos são vários, a saber: escândalos envolvendo a corte do futebol a nível internacional, o assassinato cometido pelo goleiro Bruno do Flamengo, preso até hoje e que de certa forma abalou bastante o interesse por esse esporte. Sendo assim, o brasileiro começou a pensar o que ele ganha se o time dele for o vencedor do certame e se a Copa do Mundo trouxer a Taça Jules Rimet para o Brasil?

E por falar na Copa do Mundo no que deu a construção de tantos estádios brasileiros? Só corrupção ao extremo e tanto isso é verdade, que esses estádios estão aí em sua maioria largados às traças e a sobra do dinheiro gastos neles advindos da corrupção ficou no bolso dos políticos ladrões.

Nesse cenário, nasce algo que jamais esperávamos, pois num país em que um funcionário de um jardim zoológico se torna um grande empresário, inclusive o maior acionista da telefonia OI e que seu pai eleito duas vezes Presidente da República está preso por corrupção e onde o padrão de impunidade da grande corrupção brasileira tem tirado ladrões da cadeia é algo tão deletério e pernicioso para a democracia que chega dar nojo.

Sendo assim, a Operação Lava-Jato fez o povo brasileiro dar um salto fenomenal e com Sérgio Moro agora no controle do Ministério da Justiça ele terá acesso a dados antes inacessíveis como Juiz Federal aí é que o brasileiro vai acordar mesmo.

E por falar em acordar, ficamos sabendo que o matador de aluguel do Bolsonaro que graças a Deus e aos médicos da equipe de Saúde da Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora sobreviveu, possui quatro advogados, sem que possamos saber quem os financiou e quem pagou esse homem para tentar matar Bolsonaro assim como fizeram com o prefeito Celso.

São essas coisas que estão amadurecendo o povo brasileiro e fazendo-o deixar de gostar tanto de futebol, corridas de Formula 1 e começar a pensar mais no destino de nossa pátria entregue nas mãos de políticos que usaram seus cargos para se enriquecer. Nesse contexto o nosso Hino Nacional declara que o sol da liberdade, em raios fúlgidos brilhou no céu da nossa pátria nesse instante. Nesse caso, diz ainda o nosso Hino: viva a nossa pátria amada, a qual é gigante pela própria natureza e que tem um futuro cheio de grandeza, basta nós o povo querermos que assim seja.

*Médica Especialista em Medicina do Trabalho – CRM/RR 339 RQE 341

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A árvore que dava dinheiro

Walber Aguiar*

“O dinheiro nunca tornou ninguém rico.” (Sêneca)

O dia amanheceu numa confusão dos diabos. Afinal de contas, uma árvore no meio da cidade passou a dar dinheiro. Meninos disputavam com cachorros, velhos perdiam dentaduras, mulheres deixavam de lado a vaidade, ricos e avarentos queriam cada vez mais. Finalmente, os pobres da cidade chegaram com avidez àquela cena de lamber os beiços.

Cortiços, pensões e cabeças de porco tinham seus representantes. Os bêbados, no afã de beber mais, sacudiram para o local os emissários do prazer etílico. Os homens sérios, de paletó e gravata, digladiavam-se com outros nem tão afeiçoados assim. Prostitutas e mendigos debatiam-se com fúria, poi
s o dinheiro começou a escassear diante de tamanha ganância e desespero.

Aleijados disputavam com cegos e loucos as notas mais fáceis de apanhar. Malandros não entravam no meio do furdunço; passavam a lábia naqueles que vinham com as mãos cheias. Até os homens públicos chegavam com seus carros possantes, a fim de desviar algum para a campanha, de montar um caixa dois à custa do generoso “suor” da árvore.

Na Terra de Macunaíma a árvore nasceu. Precisamente na Praça do Centro Cívico. Era uma árvore branca, disposta a esparramar dinheiro em todas as direções. Todos queriam ficar à sua sombra. Incompetentes, apadrinhados, subservientes, bobos da corte. Até mesmo os ditos “revolucionários” estavam sendo cooptados. Queriam revolucionar o bolso, a conta bancária, nem que para isso tivessem que abandonar o discurso idealista. Na verdade, a árvore do Centro da cidade abraçava a todas as outras. Seus frutos, bastante cobiçados, davam sementes, que davam filhos. De repente, a cidade estava empesteada de árvores do dinheiro. Instalavam-se em ordens, sindicatos, diretorias, escolas, palácios, Assembleias e toda sorte de repartições.

À medida que terminava o ano de 2010, as árvores iam surgindo em profusão. Na periferia, inclusive.

Pessoas esqueciam a árvore genealógica, cheia de avós, tios, pais e filhos. Voltavam à tentação da árvore do bem e do mal, com os corações cheios de soberba e uma arrogante autonomia. Já não lembravam da árvore da vida, com suas folhas cheias de cura. Por devoção apenas à árvore do dinheiro, foram esquecendo todas as outras árvores. A natureza passou a gemer e suportar angústias. Até a árvore da amizade foi esquecida.

De tanta loucura pela árvore do dinheiro, as mãos foram ficando cheias e o coração vazio. Deus foi esquecido, o amor resultou inútil, os homens viraram objetos…

*Poeta, professor de filosofia, historiador e membro da Academia Roraimense de Letras.

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No show da vida

Afonso Rodrigues de Oliveira*

“A vida é uma peça de teatro que não permite ensaio. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos.” (Charles Chaplin)

Tenho insistido, com frequência, na fala do Chaplin. Mas ela é simplesmente genial e se enquadra nas nossas vidas em todas as fases da vida. E o mais aconselhável é que prestemos atenção à peça que apresentamos, desempenhando nosso papel como ele deve ser desempenhado. Fazendo o melhor que podemos e devemos fazer. E sempre poderíamos ter feito melhor no melhor que fizemos. A perfeição é inatingível para quem conhece o caminho do sucesso. Porque este é temporário. Não há um sucesso definitivo. Para mantê-lo durante toda a nossa vida é preciso que não paremos. Que não pensemos que conseguimos o patamar superior. Sempre há o que melhorar no melhor que fizemos. Todos os vencedores sabem que não podem parar. O Mestre Chacrinha dizia: “O homem é como a bicicleta: se parar cai.” Não vamos navegar em exemplos que deveriam ser citados aqui. Porque a lista é interminável. Há exemplos nos que venceram, e nos que apenas pensaram que tinham vencido. Não se engane com o seu sucesso porque ele pode ser enganoso. Alegre-se, dance, chore e viva cada minuto do seu sucesso. Mas sem a ilusão de que ele é permanente. A permanência vai depender do seu entusiasmo e a convicção de que não há sucesso sem luta. Porque ele vem com a vitória.

Mantenha sua luta em você mesmo, ou mesma. Não pare esperando que as coisas mudem. Faça você mesmo, as mudanças. Alguém já disse que: “Aquele que fica parado esperando que as coisas mudem, descobrirá depois, que aquele que não parou está tão adiantado que já não pode ser alcançado.” Sinceramente, não sei quem é o autor desta pérola, porque a li num quadro na parede da casa do vereador Tarcílio Bernardo, em São Paulo, no início da década dos cinquentas. Estávamos em um churrasco com Jânio Quadros, Auro de Moura Andrade, e o deputado Emílio Carlos.

Cada um de nós tem seu jeito de encarar a vida, nos obstáculos que são inevitáveis para que possamos nos valorizar vencendo-os. Comece a batalha acreditando que por maior que seja o obstáculo, ele não é maior nem mais poderoso do que você. Não caia na esparrela de fazer do obstáculo um problema. Mesmo porque você nunca vai encontrar uma solução pensando no problema. E é aí que você “pula pu riba” do obstáculo, independentemente da dimensão dele. Até o lobinho Raimundinho sabia disso. Medite, mas com maturidade. Mantenha seus pensamentos sempre no positivo. Não perca seu tempo com o negativismo. Pense nisso.

*Articulista

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99121-1460