Opinião

Opiniao 15 10 2018 7075

Desafios do ensino médio pós-reforma

Gilberto Giusepone*

Agora que a reforma do ensino médio foi aprovada e que passará a vigorar já em 2018, precisamos articular um amplo repertório de análises para nortear o debate e traçar estratégias daqui para a frente.

A tramitação da reforma deu-se de maneira inadequada quanto à forma, pois veio à luz por meio de uma Medida Provisória em vez de um Projeto de Lei; antidemocrática, pois excluiu do debate professores e pesquisadores da educação; e inconsistente, pois em nome da necessária demanda de discutir e reformar o ensino médio produziu-se um acelerado processo de descaracterização das ciências humanas na formação do jovem. Dessa maneira, recolocou o tema da conexão com a educação profissionalizante, retomando imperfeições criticadas e enfrentadas energicamente pelos educadores já na década de 1990.

Essa situação exige atenção ao tema da flexibilização, que é um dos motes da nova arquitetura do ensino médio.

Se por um lado as escolas serão chamadas a oferecer diferentes percursos formativos, por outro lado será necessário ancorar o leque de possibilidades em sólidos projetos pedagógicos sendo, desde já, insuficiente afirmar que a base nacional curricular tudo suprirá ou tudo indicará.

Foi “por dentro” do tema flexibilização que questões bastante controversas e inconsistentes despontaram, como a presença do professor não formado, mas com “notório saber”, e foi em nome da busca por mais espaço curricular que as disciplinas filosofia, sociologia, artes e educação física por pouco não deixaram de existir nos domínios do ensino médio, ainda que tenham permanecido sob a incômoda suspeita da descaracterização.

A reforma tem seu ponto estrutural centrado no tema da escola em tempo integral.

Trata-se de uma questão que doravante exigirá cuidadoso debate, pois não se trata de simplesmente ampliar jornadas de permanência nas instituições escolares.

Trata-se, isto sim, de conjugar mais tempo para uma formação mais sólida, o que não quer dizer o mesmo que simplesmente “ocupar o tempo” com mais atividades.

Novamente a questão do projeto pedagógico se mostra inadiável. Mas a viabilidade da produção e implementação de projetos pedagógicos depende de agentes educacionais que potencialmente podem reagir à reforma manifestando impossibilidade de corresponder ao leque aberto de novas expectativas, principalmente gestores estaduais e municipais.

Se o projeto pedagógico se mostra imensamente necessário, cabe acrescentar aos debates o tema da formação de professores para o ensino médio. Sem conectar ambas as dimensões, corremos o sério risco de retroceder décadas e aprofundar problemas em detrimento da juventude que, no ensino médio, se prepara para o mundo universitário e para o mundo do trabalho e, por que não, para o exercício da cidadania?

*Diretor do Cursinho da Poli

————————————

Geração Mimimi

Tom Zé Albuquerque*

Em chegar ao estacionamento de um shopping, avistei um grande amigo de infância que não encontrava havia anos. Minha reação foi de muita alegria e, imediatamente, de hesitação; porque, num distante passado, eu (e toda a garotada) só o conhecia como negão. E agora? O que fazer…?

O breve relato acima é real e me colocou numa situação inédita. Como chamar aquele velho amigo que não fosse pelo apelido se eu (e toda a garotada) não sabia qual seu nome de batismo? Sim, o meu amigo de convívio por mais de uma década era, por nós, chamado de negão. Ocorre que hoje esse tratamento é, para muitos, abominável, ofensivo, cruel, hostil, ultrajante, racista, preconceituoso, fascista (sim, inclusive este) e tudo quanto é adjetivo que essa nossa sociedade doente possa suscitar.

Vivemos num meio pelo qual para tudo é melindroso. As crianças e adolescentes de hoje estão crescendo engessados, sem humor, com relacionamentos cartesianos, apavoradas com o mundo real, sem iniciativa para tomar decisões das mais simplórias, sem ímpeto para agir por conta própria, fragilizadas, e por vezes acobertadas em bolha por pais igualmente alucinados que, juntos, se vitimizam cotidianamente no intuito de alçar uma vantagem ou vitória sobre outrem ou perante situações, das mais comezinhas possíveis.

Nas escolas, essa perturbação mental ganha contornos inacreditáveis, e os pedagogos, atordoados, não sabem o que fazer com tanta frescura. Os filhinhos ababacados se ofendem com cara feia, com gargalhada, com sinais ou com qualquer palavra que esteja em desacordo com a casca social que seus genitores tenham construído. Esses jovens sendo criados em bases fragilizadas, irão crescer precisando sempre da batuta paterna; vão se tornar profissionais medíocres, recorrendo sempre a alguém ante qualquer desafio e, mais tarde, vão lotar divãs e incrementar o faturamento das drogarias com barbitúricos de toda espécie.

Os mimizados sociais (filhos avalizados pelas mamães) desdenham da ação e reação, se escondem por detrás da cortina paterna, não tem garra pra resolver seus próprios problemas, são hábeis em transferir responsabilidades a outrem ou a uma ocorrência qualquer, se esquivam dos deveres porque acham que os seus direitos podem transpor a qualquer custo ou forma os direitos dos outros, e por qualquer dificuldade arrumam desculpas das mais estrambóticas para se livrarem da veracidade inevitável.

É bem verdade que alguns professores doutrinadores contribuem com esse flagelo, repassando uma versão acovardada de como lidar no dia a dia, engendrando aos estudantes um perfil avesso ao exigente mundo de adaptação, ecletismo e tenacidade.

Antes, gerar alcunhas aos amigos era uma forma saudável de se relacionar; mas, hoje em dia, isso é o de menos perante a engulhosa hipersensibilidade das pessoas, alienadas por um ativismo midiático de interesses escusos fazendo com que a busca por colinho seja mais importante que a busca por um futuro a partir da construção própria de sua história. Acovardar-se é, sem réstia de dúvidas, uma técnica asquerosa de chamar atenção.

*Administrador

————————————

O humor influencia no emagrecimento?

Flavio Melo Ribeiro*

O funcionamento do organismo é muito complexo e emagrecer não é apenas usar uma calculadora para medir as calorias ingeridas diariamente, pois alimentos menos calóricos que outros podem engordar mais. Porém se a pessoa gastar mais calorias do que ingeriu para manter o corpo, ela emagrece e isso não depende do humor. Mas é muito mais fácil emagrecer com humor positivo, muitas pessoas adquirem distúrbios alimentares devido ao mau humor e também decorrentes de outros fatores.

Talvez já tenha visto alguém em processo de dieta reclamando que deixou de comer algo que gostava, ou mesmo que passou a se alimenta
r do que não gosta. Qual sua avaliação sobre esse tipo de reclamação, principalmente se ela vier carregada de emoção? Ela vai ajudar no processo de emagrecimento? Vai melhorar a relação com as pessoas ao redor? A comida que ela ingerir vai ficar mais gostosa? O humor dela vai melhorar porque reclamou? Se a sua resposta for não para essas questões, o que fazer para ajudá-la? Ensine a seguinte lição.

Se for reclamar reclame a quem realmente vai resolver o problema, dessa forma pode ser que seu problema seja solucionado. Caso contrário, antes de falar, passe seu pensamento por três peneiras.

Primeira: Peneira da Verdade – O que irá reclamar é verdade? Caso não passe por essa peneira não fale. Mas se passar coloque na segunda peneira: Peneira da Necessidade – o que irá reclamar é necessário falar? Se perceber que não, fique sem reclamar. Mas se avaliar que é necessário, antes de falar passe pela terceira peneira: Peneira da Bondade – O que irá reclamar fará bem ao outro? Fará bem a si próprio? Se não fizer bem, não reclame. Não reclame a quem não vai resolver seu problema. Não crie um clima emocional pesado. Seja leve na vida. Transmita serenidade.

Seguindo esse encaminhamento é bem possível que muitos dos problemas vividos no dia a dia deixarão de existir. Bem como haverá uma mudança positiva na vida e isto ajudará no processo de emagrecimento, pois a pessoa agindo e pensando de forma positiva, verá o aspecto bom do processo de emagrecimento e as oportunidades que antes não percebia. Os ganhos com a dieta serão mais valorizados e conseguirá se relacionar com os demais de forma mais atraente.

*Psicólogo – CRP12/00449

E-mail: [email protected]

Contato: (48) 9921-8811 (48) 3223-4386

————————————

Mude de rota

Afonso Rodrigues de Oliveira*

“Nenhuma vida é tão difícil que não possa se tornar mais fácil pelo modo como for conduzida.” (Ellen Glasgow)

Se alguma coisa não estiver dando certo, corrija o modo de fazê-la. Se sua vida está meio desequilibrada, nada dá certo, procure ver o que há de errado em você mesmo. Com certeza você não está fazendo as coisas como elas devem ser feitas. Perder tempo com aborrecimentos causados pelos erros é tolice. Ao contrário, devemos prestar mais atenção em como fizemos errado e fazer diferente na próxima vez. E se os erros continuarem continue tentando acertar. Deixar-se dominar pelos erros é errar. A vida é uma caminhada longa, penosa, mas divertida. Tudo depende de como você a encara. Sua felicidade ou infelicidade dependem de como você vê a vida.

Seu subconsciente é a maior e mais poderosa força que você tem à sua disposição. Cabe a você saber usá-la, porque seus pensamentos podem levar você, tanto para o bem quanto para o mal. Depende da escolha que você fizer. O que indica que a responsabilidade pelos acontecimentos bons ou maus, é sua. Porque eles acontecem. O que importa é que você saiba enfrentá-los sem se deixar aborrecer. Lembra-se de que já lhe falei do Cabo “Sivirino?” Vamos repetir. Não faz mal.

O navio de turismo navegava em alto mar, numa madrugada escura, enquanto o pessoal se divertia a bordo. De repente uma lampadazinha apareceu muito longe, mas na rota do navio. O timoneiro avisou, e o Comandante mandou uma mensagem para a lampadazinha:

– Você está na minha rota, afaste-se!

A resposta veio em seguida:

– Desvie-se, quarenta e cinco graus a noroeste.

As mensagens se repetiram três vezes até que o Comandante, já irritado, falou:

– Aqui quem fala é o Comandante! Se você não sair de minha rota em cinco minutos, eu mando abrir fogo!

A resposta veio rápida:

– Aqui quem fala é o Cabo “Sivirino.” Se você não se desviar quarenta e cinco graus a noroeste, vai colidir com o farol.

O poder está com quem está com a razão. Não importa se você é um cabo, ou um comandante. O que importa é a razão. E esta está em você e você deve souber usá-la. E é simples pra dedéu. É só você se valorizar e não se sentir inferior a quem quer que seja. Ame-se no que você é como um ser de origem racional. Seu valor é você que lhe dá. Ser superior ou inferior vai depender de como você se valoriza. E evite a empáfia. Ela é o maior sinal de inferioridade. Só somos superiores quando sabemos respeitar a superioridade nas outras pessoas. Porque somos todos iguais nas diferenças. Respeitar as diferenças é superioridade. Pense nisso.

*Articulista

[email protected]

99121-1460