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MANOEL PONTES Guarda Territorial e funcionário do antigo Matadouro de Boa Vista 

O sobrenome “Pontes” herdou de uma familiar, mas, na realidade, seu nome era: Manoel Pedro da Silva. No entanto, toda Boa Vista o conhecia como o seu Manoel Pontes, o Guarda Territorial Manoel Ponte. Ele nasceu em Boa Vista no dia 29 /06/2013, e era filho do casal Afonso Pedro da Silva e de Raimunda dos Santos Silva. Casou-se à primeira vez com a senhora Tereza Gomes da Silva, e com ela teve os filhos: Raimundo Gomes Garcia e Alexandre Pedro da Silva. E, ao ficar viúvo, casou-se com a sua prima Nadir Maria da Silva.

Manoel Pontes foi policia da antiga Guarda Territorial e depois trabalhou no garimpo. Foi também, e por muitos anos, funcionário do antigo Matadouro de Boa Vista, à época situado num prédio na BR-174/SUL, perto do “Pau-da-Paciência”, na entrada da Alameda dos Bambus, no Bairro Pricumã. E, ao aposentar-se, tornou-se vigilante da empresa “S.Monteiro Veículos”,.

Em 1990, no aniversário de 100 anos da criação do Município de Boa Vista, Manoel Pontes foi agraciado com a “Medalha de Honra Mérito Rio Branco”, na Câmara Municipal de Boa Vista, em reconhecimento ao seu trabalho para o desenvolvimento socioeconômico desta cidade.

Antes, em 1956, quando era Guarda Territorial, Manoel Pontes foi designado para fazer a segurança do Governador do Território, o capitão José Maria Barbosa. Numa ocasião, ele salvou a vida do governador José Maria, ao desarmar um pistoleiro que alguém havia contratado para matar o governador. A partir daquele dia, Manoel Pontes passou a ser o homem da confiança do governador e, ele fez questão de ser o padrinho de uma das filhas do Manoel Pontes (a Maria José, hoje professora municipal).

Em 1958, com a saída do capitão José Maria Barbosa do governo do Território, as forças políticas que faziam oposição ao governo de José Maria, acharam por bem demitir o Manoel Pontes – sem nenhum motivo pessoal, apenas porque Manoel era muito amigo e segurança do governador que havia deixado o cargo e retornado ao Rio de Janeiro.

Para sobreviver e sustentar sua família (de 16 filhos), Manoel se aventurou no garimpo, trabalhou muito, mas ganhou pouco, e retornou para Boa Vista.

Manoel Pontes, quando do falecimento de uma parente sua da Família Pontes, recebeu de herança uma vasta área de terras no Bairro Pricumã, e passou à atividade de agricultura, particularmente com o plantio de verduras e legumes para a venda destes produtos. Além do que, devido a área de terra ter muito capim, ele passou a alugar parte das terras para os pecuaristas que tinham gado, mas não tinham a pastagem.

Em 1969, Manoel Pontes resolveu voltar ao garimpo. Mas, para isto, teve que vender tudo que tinha para investir nos equipamentos de garimpo. No Tepequém ele encontrou alguns diamantes que lhe renderam bons lucros e, em sua volta à Boa Vista, comprou um terreno grande na subida do Bairro Calungá, onde morou muitos anos e a casa é a mesma até hoje onde mora a sua mulher Nadir Maria da Silva, rodeada de filhas e netos.

Em sua residência no Bairro Calungá, Manoel passou ao plantio de legumes para a própria subsistência e para a venda na feira. E, em pouco tempo, devido sua experiência em comércio e por entender de manejo de gado e corte de carne e couro de boi, ele foi convidado para trabalhar no recém inaugurado Mercado Modelo (Matadouro) no Bairro Pricumã.

Permaneceu neste trabalho até a inauguração do MAFIR – Matadouro e Frigorífico Industrial de Roraima, situado às margens da BR-174/Sul. E, como já estava com 80 anos de idade, deixou o trabalho no Matadouro e foi trabalhar como vigilante na Firma S. Monteiro Veículos, onde permaneceu até a sua aposentaria integral.

Manoel Pontes era devoto de São Pedro e, anualmente no dia 29 de junho, ele fazia uma grande fogueira ao lado de sua casa, e realizava grandes festas com bastante convidados. O interessante nesta história é que a altura dos paus da fogueira, tinha que ser maior do que 1 metro e 82 centímetros – que era a sua própria altura.

O casal Manoel Pontes e Nadir Maria da Silva, cuidou dos 19 filhos (uns dois adotado, mas criados com o mesmo carinho dos demais).

Seus filhos tem o nome: “Pedro” (Valdecir Pedro, Ademir Pedro, José Maria Pedro e José Reis Pedro da Silva), e as filhas são todas “Maria”: Maria Felisberta, Maria Teresa, MariaCleia, Maria Luiza, Maria José, Maria Júlia, MariaConsolata, Maria das Neves, Maria Adelaide, Maria Cristina e Maria Helena da Silva.

Manoel Pontes (Manoel Pedro da Silva) faleceu no dia 19 de abril de 1998.

A Câmara Municipal de Boa Vista, aprovou um Projeto de Lei denominando a antiga Rua “C”, no Bairro Calungá, com novo nome: “Rua Manoel Pontes”, a rua que passa ao lado de sua casa, a casa de sua família. A Lei é a de nº 934/2006, datada de 07 de dezembro de 2006, publicada no Diário Oficial do Município de Boa Vista, de nº 1870 datado de 19/12/2006, sancionado pelo prefeito, à época, Iradilson Sampaio.