Jessé Souza

Cenas de um fim de semana 6233

Cenas de um fim de semana

Tiroteios e mortes, com mais um corpo desovado no Anel Viário, foi o cenário do boa-vistense no fim de semana. É a cara da criminalidade, que tem tirado o sossego das famílias e amedrontado quem mora nos bairros da Capital. A insegurança passou a fazer parte da vida de todos e não há sinais de que as autoridades irão conseguir ao menos amenizar o sofrimento da população.

Enquanto o crime avança, os órgãos de segurança não conseguem sequer o básico de atender bem o cidadão vítima dos bandidos, a exemplo da demora de até quatro horas para alguém conseguir registrar um Boletim de Ocorrência na delegacia da Polícia Civil. Só isso é o suficiente para mostrar o desmantelo da Segurança Pública no enfrentamento à criminalidade que já passou dos limites ao longo dos últimos anos.

Diante da insatisfação geral com a Segurança Pública, as pessoas há tempos vêm fazendo justiça com as próprias mãos, agredindo suspeitos de roubos e furtos nos bairros. Há casos inclusive de linchamento. Na outra ponta, são membros de facções se matando e desovando os corpos das vítimas nas cercanias da cidade, mostrando a outra face da violência urbana a que estamos submetidos.

Sem recursos para investir nas polícias, porque não há planejamento, e com total ausência de ações preventivas, o governo vive de improvisos, restando as operações conjuntas que mais representam uma forma de mostrar visualmente que está fazendo algo do que garantindo a segurança da população, que passou a viver no desespero.

O quadro de desalento favorece o surgimento de empresas de segurança privada, que têm faturado nos bairros de Boa Vista por meio de monitoramento de residências e comércios. Não fosse isso, a onda de furtos e assaltos já estaria muito maior, enquanto as polícias se desdobram para garantir o básico, lutando contra a falta de estrutura e de pessoal, tendo que escolher em se concentrar nos grandes casos e esquecer as demandas mais corriqueiras, como os furtos.

Na Capital e nos municípios do interior, a população vive sitiada dentro de casa porque não há mais garantia de estar em segurança na rua. Afinal, quando não são os ladrões que agem a qualquer hora do dia, atacando em via pública ou invadindo residências, ainda tem o crime organizado impondo seu poderio e desafiando os poderes constituídos. No interior, nem tem polícia em quantidade suficiente para atender a população. Estamos vivendo no Deus nos acuda!

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