PECUÁRIA

Abate reduzido, taxas em alta e escalas travadas: pecuaristas apontam entraves na produção de carne em RR

A situação foi discutida nessa segunda-feira (2), durante reunião na sede da Coopercarne

Reunião aconteceu no dia 2 de junho na sede da Coopercarne. Foto: Wenderson Cabral/FolhaBV
Reunião aconteceu no dia 2 de junho na sede da Coopercarne. Foto: Wenderson Cabral/FolhaBV

A redução na capacidade de abate dos frigoríficos e o aumento das taxas cobradas pelo serviço têm travado o escoamento da produção bovina em Roraima. O acúmulo nas escalas preocupa os produtores, que denunciam dificuldades para abate no estado.

A situação foi discutida nessa segunda-feira (2), durante reunião na sede da Coopercarne, no Distrito Industrial. O encontro reuniu cooperados, produtores independentes e parlamentares.

Segundo o presidente da cooperativa, André Prado, a reunião foi convocada por mudanças na forma de cobrança dos frigoríficos, que antes recebiam parte do pagamento com os subprodutos do abate, como couro, cabeça e vísceras. Há cerca de seis meses cobram valores fixos que têm mais que dobrado.

“Antes, os frigoríficos tinham como pagamento os subprodutos. Por conta do agendamento de abate, passou-se a cobrar R$110. Um deles aumentou a cobrança para R$ 250 e outros começaram a acompanhar. A nossa preocupação é esse aumento constante, sendo que o gado está baixando de preço e tendo essa elevação no custo”, disse.

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André Prado, presidente da Coopercarne. Foto: Wenderson Cabral/FolhaBV

Roraima possui quatro frigoríficos. A taxa teria sido implantada após a redução do volume de abates nos estabelecimentos. Frigoríficos que antes processavam até 200 animais por dia hoje trabalham com metade da capacidade. A mudança teria sido provocada por novas exigências da Agência de Defesa Agropecuária de Roraima (Aderr), segundo os próprios frigoríficos.

As consequências aparecem nas escalas, que já não comportam a demanda.

Ainda conforme a cooperativa, o maior frigorífico do estado – que atualmente estaria operando com 140 abates por dia – tem demanda direcionada principalmente para exportações interestaduais e internacionais, com isso o abastecimento do mercado interno é limitado. Ao mesmo tempo, cresce o volume de estoque, o que pressiona os custos de armazenagem.

Mobilização política

Na reunião estiveram presentes o presidente da Assembleia Legislativa de Roraima, deputado Soldado Sampaio (Podemos), e o deputado estadual Marcelo Cabral (Cidadania). Cabral criticou as dificuldades enfrentadas pelos produtores rurais para realizar o abate de gado no estado.

“Tem frigorífico que poderia abater 3 mil, 2.800, 3.800 cabeças, sem problema. E não pode. […] Não é nada contra quem quer trabalhar direito neste estado, mas estão fiscalizando e inventando dificuldades para penalizar. Isso não pode acontecer”, disse o parlamentar.

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