Cotidiano

Governo cria Clube de Mães e faz homenagem à vítima de assassinato

Auditório recebeu o nome de Jannyele Filgueira, que foi brutalmente assassinada por um então policial militar há um ano

Em solenidade realizada na manhã de ontem na Secretaria do Trabalho e Bem-Estar Social (Setrabes), o Governo do Estado assinou a lei que cria o projeto Clube de Mães, destinado a profissionalizar mulheres em Roraima. Na ocasião, também foi reinaugurado o auditório da Setrabes, fechado desde 2008. Ele agora leva o nome da jovem Jannyele Filgueira, assassinada de forma brutal, há um ano, pelo então policial militar Felipe Quadros.

O Clube de Mães é um projeto criado pela própria governadora Suely Campos (PP), na época em que foi secretária do Trabalho e Bem-Estar Social na primeira gestão do governo Neudo Campos (1994-1998). O objetivo é oferecer cursos de artesanato para mulheres em situação de vulnerabilidade, gerando renda. Agora que se tornou lei, cada prédio do projeto terá cozinhas para cursos de culinária e espaços para as crianças enquanto as mães assistem as aulas.

Havia duas sedes do Clube: uma na Vila do Trairão, no Município de Amajari, Norte do Estado, e outra no Município de Rorainópolis, Sul do Estado. Agora, o projeto terá cinco sedes em Boa Vista (nos bairros Mecejana, Sylvio Botelho, Conjunto Cidadão, Jardim Equatorial e Pintolândia, todos na zona Oeste) e outras 14 em municípios do interior. A meta é estendê-lo para comunidades indígenas e vilas.

“É preciso cuidar profissionalmente dessas mulheres para que elas possam ter renda extra, segurança, sociabilização e profissionalismo, pois nos índices de agressão às mulheres aparece que quando elas dependem muito de seus parceiros financeiramente, elas se tornam reféns deles. Por isso o Clube das Mães virou lei, e o governo que entrar depois não irá mais acabar com este programa, como havia acontecido”, disse a governadora.

HOMENAGEM – A solenidade, que contou também com apresentações do Coral de Idosos e de jovens bailarinos, aconteceu dentro do novo auditório da Setrabes. Com uma revitalização que custou R$ 121.646,17, ele foi pintado, emassado, recebeu novos forros, piso, iluminação, portas blindex, rampa de acessibilidade, espaço para cadeirantes, 143 poltronas retráteis e com assento para pranchetas.

A secretária do órgão, Emília Campos, lembra que desde 2008 o espaço estava abandonado, servindo apenas como depósito. “Mas nos organizamos para transforma-lo, pois somos uma secretaria de Emprego e Bem-Estar, e é disso que a população precisa. Tanto os nossos servidores como a comunidade sentem falta de eventos, oficinas, cursos e capacitações. Este espaço com certeza será muito utilizado”, enfatiza.

Na ocasião, foram homenageadas todas as secretárias que já passaram pela Setrabes. O nome do novo auditório também mudou: se chama Jannyele Filgueira, em homenagem à jovem de 28 anos, fisioterapeuta do Hospital Geral de Roraima (HGR), assassinada em novembro do ano passado pelo então policial militar Felipe Quadros, juntamente com seu pai Eliézio Oliveira e o empresário Ernane Rodrigues.

A mãe de Jannyele Filgueira, a professora Nilra Jane, se emocionou ao ver a placa com a foto e o nome da filha. “As minhas palavras são de agradecimento por eternizar o nome dela em um espaço como este, tão bonito e necessário para a discussão de políticas, principalmente as que envolvem as mulheres. As mulheres ainda são vulneráveis e vítimas de tantas atrocidades, como foi a minha filha”, disse. (NW)

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