Cotidiano

BR-174 -

No portal da transparência é possível verificar que apenas um convênio para restauração da rodovia tem o valor total de R$ 191 milhões

Muita lama, buraqueira, caminhões atolados e motoristas revoltados. Esse é o cenário da BR 174 que já recebeu, em apenas um convênio, mais de R$ 190 milhões para sua restauração. Para o pré-candidato ao Senado pelo Podemos, Ozéas Colares, é preciso fazer uma auditoria para saber onde foi parar esse dinheiro.

“Em consulta ao portal da transparência é possível verificar vários convênios para execução de serviços de restauração da BR 174. O primeiro que aparece tem o valor total de R$ 191 milhões, sendo que já foram liberados R$ 181 milhões. Então, fica a pergunta: onde foi parar esse dinheiro”, questiona Ozéas Colares.

Auditor fiscal e especialista em tributos, Ozéas vem defendendo na sua pré-campanha ao Senado mais transparência nos recursos destinados para Roraima e menos impostos para o cidadão.

No caso da BR 174, ele sugere que seja feita uma auditoria minuciosa em todos os convênios liberados para recuperação da rodovia. “É preciso saber quem liberou os recursos, quem recebeu, como foi gasto e onde foi gasto”, destaca.

Em recente viagem a Manaus, Ozéas disse que ficou impressionado com o tanto de placas de convênios do governo federal espalhadas ao longo da estrada indicando a execução de obras na BR 174.

“A BR 174 está literalmente abandonada. Pior: nossa BR está sendo roubada.

Pude constatar isso de perto, na última viagem que fiz de carro para Manaus. Tirei fotos de algumas placas verdes, essas que mostram o total de recursos aplicados na manutenção da rodovia e, em apenas três delas, somam mais de R$ 60 milhões. Com esse dinheiro, a BR deveria ser a mais linda do nosso país e hoje encontra-se em situação precária”, critica Ozéas.

Esta semana, o vídeo de um motorista que trafegava pela rodovia dentro da Reserva Indígena Waimiri-Atroari circulou na internet gerando muita polêmica e revolta nas redes sociais. “É essa a estrada Boa Vista a Manaus. A gente não passa de 20 [km] por hora”, reclama o condutor do veículo mostrando à frente caminhões desviando de buracos.

Ozeás reforça que os motoristas não podem mais arcar com tantos prejuízos, sendo que o problema não é falta de dinheiro, como mostra o portal da transparência. “Quem mais sofre com esse descaso são os caminhoneiros porque eles não sabem se vão conseguir chegar ao destino. Vi vários caminhões quebrados na estrada e um capotado próximo a Rorainópolis”, acrescenta.