Cotidiano

PNAD mostra que Roraima estagnou

A pesquisa mostra que entre os anos de 2102 e 2013 não houve crescimento expressivo das condições de vida da população e que inclusive caiu o nível da ocupação e renda

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2013, que destaca a composição e mobilidade populacional no Brasil, mostra que Roraima não apresentou grandes destaques e permanece no mesmo nível das últimas pesquisas em quase todos os aspectos levantados, inclusive aponta queda de 0,5% no nível de ocupação – pessoas acima de 15 anos que trabalham em todos os níveis e que sobrevive com alguma renda. Foi o que afirmou o sociólogo Vicente de Paulo Joaquim, técnico do IBGE (Instituo Brasileiro de Geografia e Estatísticas) em Roraima.
“A pesquisa mostra que entre os anos de 2102 e 2013 não houve crescimento expressivo das condições de vida da população e, inclusive caiu o nível da ocupação e dos salários, porém houve crescimento no mercado com empreendimentos que mostram a mudança de perfil do consumidor, que é mais exigente que o de dez anos atrás”, frisou. 
Ele explica que, apesar do mercado de trabalho ter aumentado e de as pessoas estarem mais instruídas e capacitadas, a taxa de crescimento apresentou queda na ocupação. Segundo a pesquisa 213 mil pessoas estavam ocupadas em 2013, o que representou 60,2% da população acima dos 15 anos. E em comparação com o ano anterior, registrou uma queda de 0.5%.
“É uma queda pequena, mas é notada e isso quer dizer que alguma coisa não vai bem no mercado de trabalho e isso é reflexo da economia nacional que reflete nas unidades menores e Roraima não está de fora. Os investimentos são menores”, analisou. 
Mas se de um lado houve queda na ocupação, o emprego com carteira assinada cresceu. Em 2013 foram registrados 47 mil empregados com carteira assinada ou 22% da população ocupada de Roraima. Em 2004 eram apenas de 13,5%, significando um aumento real de 8,5% no emprego formal.
“Isso representa um controle maior dos órgãos fiscalizadores no mercado de trabalho e isso deve ser um dos motivos da queda na ocupação e representa um trabalhador com todos seus direitos”, disse.
Outro destaque neste sentido foi quanto à diminuição do emprego de crianças e adolescentes de 15 a 17 anos. No ano passado, em Roraima, havia 29 mil pessoas de 15 a 17 anos ocupadas, o que representa 8,2% do total das pessoas ocupadas; número inferior aos 10,4% registrados em 2012.
“Resultado das políticas públicas voltadas a tirar as crianças do trabalho, onde muitas vezes eram exploradas, e botar na escola. Embora isso ainda exista numa quantidade significativa de pessoas dessa faixa-etária trabalhando para ajudar no orçamento doméstico”, disse. (R.R)     
Maioria dos homens de Roraima está no interior
Um dos pontos destacados pelo sociólogo se dá pela menor velocidade de crescimento da população, sendo que no ano de 2013 houve incremento de apenas três mil pessoas em Roraima.    “No Brasil, em 2013, a população residente na data de referência da pesquisa foi estimada em 201,5 milhões de pessoas. Comparando com o ano anterior, houve um crescimento de 0,9%, representando um incremento de 1,8 milhão de pessoas. Em Roraima, a população foi estimada em 491 mil, com um aumento de mais três mil pessoas em relação a 2012, o que representa pouco mais de 0,8% de variação, menor que as regiões Norte e Centro- Oeste, ambas com um aumento de 1,5%. Embora Roraima continue sendo unidade de atração elevada, juntamente com Amapá e Tocantins, que ainda estão em processo de ocupação”, explicou.   
Neste aspecto, os homens apresentaram uma participação de 48,5% na população brasileira. Dentre as regiões, a única em que os homens assinalaram uma participação maior que a de mulheres foi no Norte, com 50,1%. Em Roraima, nas áreas urbanas as mulheres são maioria em seis mil, ou seja, 202 mil homens para 208 mil mulheres. (R.R)      População idosa em Roraima aumenta, e com ela segue o analfabetismo
A participação de idosos – pessoas de 60 anos ou mais de idade na população -, vem modificando o formato da pirâmide etária ao longo das últimas décadas. Segundo o sociólogo Vicente Joaquim, a evolução de 2004 a 2013 indica um envelhecimento da população brasileira, passando a ter um maior percentual de pessoas na faixa dos 60 anos ou mais de idade e um menor percentual de jovens na faixa até 29 anos de idade.
Roraima, em 2013, tinha 41 mil pessoas com mais de 60 anos, o que representa mais de 8% da sua população, média bem menor que a brasileira que era de 13%. Em 2003, dez anos antes, essa média não chegavam a 4% do total da população. Dobrando o número da população idosa e mantendo a tendência do restante do Brasil em uma década.
“O envelhecimento da população é uma tendência que vem acontecendo há duas décadas e isso acontece pela queda da taxa de natalidade, com as pessoas planejando melhor sua família e tendo menos filho e tendo filhos mais tarde e do outro lado o avanço da medicina e da tecnologia médica fazem as pessoas viverem mais e com isso está havendo um achatamento na pirâmide de faixa etária”, comentou.  
ANALFABETOS – Em 2013, a taxa de analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais de idade foi estimada em 8,3%, o que corresponde a 13,0 milhões de pessoas em todo Brasil. Em relação a 2012 (8,7%), houve redução de 0,4 ponto percentual (menos 297,7 mil analfabetos).
Em Roraima a taxa ficou em 7,8% mantendo o mesmo percentual de 2004. Para as pessoas com mais de cinco anos em 2013, a taxa ficou em 12,3% . Menor que os 13,4% observados em 2004. Para a faixa de cinco a 14 anos em 4,7% contra os 5,8% de 2004. Mas houve aumento considerável no percentual de analfabetismo das pessoas com mais de 60 anos. Em 2013 foi estimado em 3,6%, enquanto que em 2004 era de 1,9%. (R.R)