Cotidiano

Violência contra a mulher tem aumentado

Ocorrências por Maria da Penha estão em terceiro lugar nos registros das delegacias, depois de som alto e furto

A violência contra a mulher no Brasil tem apontado números alarmantes e, desde a criação da Lei Maria da Penha, que serve como suporte à vítima de violência doméstica, esses números têm se elevado assustadoramente. Exemplo disso, apontado no mapa da violência de 2015, é a quantidade de feminicídios divulgados. Em 2003, foram registradas 500 mortes e, no período de 2006 a 2013, foram 176 casos.

Nos Distritos de Polícia da Capital, diariamente são registrados casos de violência contra mulher. Dados da Polícia Militar de Roraima, coletados entre fevereiro e maio de 2016, informam que ocorrências por Maria da Penha estão em terceiro lugar dos registrados nas delegacias. Em primeiro vem o crime de som alto e, em segundo, o furto.

Nas informações da PM, os horários mais comuns que os casos acontecem são nos períodos da noite e madrugada. A área da cidade onde esses casos mais têm mais episódios de Maria da Penha é a zona Oeste, onde estão localizados bairros mais afastados do Centro e mais populosos da Capital.

A advogada Carla Mariane Viegas, do Centro Humanitário de Apoio à Mulher (Chame), se mostrou preocupada com os dados apontados tanto no Mapa da Violência 2015, quanto nas informações coletadas pela Polícia Militar de Roraima. “Nós elencamos vários fatores para que a mulher suporte a violência doméstica. Podemos citar desde dependência financeira, emocional a social”, disse a advogada.

Os números levantados pelo Chame apontam que, de janeiro a maio deste ano, houve um total de 208 casos recebidos. Os tipos mais registrados são físico, psicológico, moral e sexual. “A cultura machista, também muito disseminada ainda no país, é um fator que influencia bastante para que esse tipo de violência ainda seja constante nos lares, não só roraimenses, mas brasileiros”, destacou. “Ainda hoje existe aquela visão de que o homem seja o provedor e o centro da família, e que tudo precisa ser de acordo com a visão dele”.

No Chame, as vítimas de violência doméstica recebem o suporte, quando necessário, jurídico, psicológico e serviço social. “Quando a mulher é  vítima de violência doméstica, às vezes praticada até por parentes, não necessariamente pelo companheiro, recebe todo o apoio que necessita. Além de darmos esse tipo de suporte, realizamos palestras em vários cantos do Estado para prevenir esse tipo de crime. Algumas vezes existem mulheres que assistem às nossas palestras e conhecem alguma que esteja passando pela situação de violência e a aconselha após nossos esclarecimentos”, destacou.

O Chame funciona no Centro, na Rua Coronel Pinto. Mulheres que necessitarem de algum tipo de auxílio por violência doméstica pode ligar no 3623-2103 ou pelo WhatsApp 98805-4794 e ainda pelo 190, acionando a Polícia Militar. “É necessário que a vítima de violência doméstica tenha consciência de que se não houver denúncia o problema não acabará”, frisou Carla Mariane. (T.C)