Política

Vereador diz que a presidenciável Marina conhece problemas de RR

Marina Silva esteve em Roraima dia 18. Na ocasião, debateu temas estratégicos como Linhão de Tucuruí

Em entrevista ao programa Agenda da Semana, na Rádio Folha AM 1020, domingo, dia 20, o vereador de Boa Vista, Linoberg Almeida (Rede Sustentabilidade) repercutiu a visita da pré-candidata de sua legenda à presidência da república, Marina Silva. Ele garantiu que ela tem consciência dos problemas fundamentais do Estado, como a questão energética, crise imigratória e demarcação de terras indígenas e que tem propostas para solucionar estes gargalos. 

O principal problema do Estado apontado por Marina foi a questão energética. Linoberg afirmou que é de interesse da pré-candidata que o Linhão de Tucuruí saia do papel. “Precisamos fazer parte do Sistema Integrado Nacional de distribuição de energia. Não podemos viver dependendo de termelétricas que poluem bem mais o meio ambiente”, pontuou.

Ele frisou que é necessária uma audiência com os Waimiri-Atroari para que eles permitam a passagem do linhão pela terra indígena. “Acredito que isso seja de interesse dos próprios índios. Ninguém quer ficar sem energia. Será que não tem interesse político perigoso de colocar os indígenas como culpados disso, até mesmo para continuarmos dependendo de termelétricas que enchem o bolso de muita gente por aqui?”, disse.

CORRENTE – Quanto à corrente que impede o trânsito de veículos e pessoas durante a noite na fronteira com o Amazonas, Linoberg afirmou que a pré-candidata estaria aberta a encontrar uma solução. “Ela quer que isso acabe. Mas é preciso saber a quem interessa uma corrente na fronteira com o Amazonas? A quem interessa que nós fiquemos sem energia elétrica? A quem interessa que a culpa pela falta de desenvolvimento seja colocada em um lado A ou B? Há 30 anos somos dependentes de desculpas”, desabafou.

Ele lembrou que muitos estados no Brasil não conheceram o desenvolvimento efetivo, mesmo sem correntes fechando fronteiras. “Esses estados não cresceram da forma que as pessoas esperavam. O problema não é a corrente, talvez seja o simbolismo que ela traz. Talvez tenhamos que fazer esse debate para tornar claro para as pessoas que tirar a corrente não significa que as coisas vão mudar em um passe de mágica”, pontuou.

FRONTEIRA – Outro problema que recebeu atenção maior da pré-candidata foi a questão da fronteira com a Venezuela. “Nos reunimos com o pessoal da Acnur e também estivemos no abrigo do Jardim Floresta. Tudo isso para que caso ela seja eleita, tenhamos uma presidente que consiga olhar Roraima não como periferia, mas como uma fronteira estratégica. Não estaríamos passando o que estamos passando hoje se tivéssemos visto Roraima com outros olhos, especialmente o papel da fronteira com a Venezuela”, disse.

REELEIÇÃO – O fim da reeleição é uma das bandeiras de Marina Silva. “Precisamos passar a pensar em um país que se completa em um projeto de 4 anos e que seja repassado para o próximo gestor democraticamente. Vivemos em um escândalo moral, temos que refundar a república, como ela mesma falou. É necessário mostrar novas bases”, declarou Almeida.