Cotidiano

Valor da cesta básica tem leve queda, com tomate e banana sendo decisivos

Cesta básica roraimense chegou a R$387,90 no mês de maio, o que corresponde a uma queda de − 0,26% em relação a abril

Dados divulgados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) apontaram que a cesta básica do roraimense custou R$387,90 no mês passado. O valor corresponde a uma retração de − 0,26% em relação ao mês abril, quando a cesta custou R$388,99. Nos cinco primeiros meses de 2017, a queda registrada foi de − 1,95%.

A coordenadora do DIEESE, Adisley Machado, explicou que a redução não é significativa tendo em vista o total de 79 estabelecimentos comerciais que são visitados para a pesquisa. Para ela, as principais quedas estão relacionadas às promoções de curto prazo, em determinados locais. “É normal que a população não tenha sentido o efeito no bolso. Os produtos que determinam o valor da cesta são o tomate e a banana, por conta da instabilidade da colheita”, frisou.

Entre abril e maio, foi registrado um aumento do valor médio do tomate (3,91%), manteiga (3,08%), farinha de mandioca (1,13%), café em pó (0,79%) e carne bovina de primeira (0,48%). O arroz agulhinha e o pão francês foram os únicos que não tiveram variação. As reduções foram anotadas para banana (− 12,24%), feijão carioquinha (− 5,34%), açúcar (− 3,83%), óleo de soja (− 2,21%) e leite integral (− 1,52%).

No período de um ano, o DIEESE apontou aumento de preço na farinha de mandioca (32,70%), manteiga (28,17%), tomate (25,31%), arroz agulhinha (16,91%), café em pó (16,67%), leite integral (2,36%), carne bovina de primeira (2,24%) e pão francês (0,89%). As diminuições aconteceram para a banana (− 55,80%), o feijão carioquinha (− 25,08%), açúcar (− 9,21%) e o óleo de soja (− 5,14%).

PESQUISA – A coordenadora explicou que a pesquisa do DIEESE é realizada durante 19 dias úteis do mês. Durante o período, 12 produtos são avaliados em 79 estabelecimentos comerciais, como feira, padaria, supermercado e açougue. Adisley destacou que, para cada produto, são avaliados os preços de três marcas diferentes. Para ela, o mês de junho deve fechar com um índice aproximado ao mês de maio.

TEMPO DE TRABALHO – Conforme o DIEESE, o trabalhador boa-vistense, cuja remuneração equivale ao salário mínimo, de R$ 937,00, necessitou cumprir no mês de maio uma jornada de trabalho de 91 horas e cinco minutos, menor que o tempo necessário em abril, de 91 horas e 20 minutos.

Em maio de 2016, a jornada ficou em 99 horas e 13 minutos. Em maio de 2017, o custo da cesta em Boa Vista comprometeu 45,01% do salário mínimo líquido, após os descontos previdenciários, enquanto em abril, o percentual exigido foi de 45,12%. Em maio de 2016, o comprometimento foi de 49,02% do salário mínimo. (A.G.G)
 
Consumidores pesquisam preço baixo em panfletos de promoção

A partir da redução registrada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), a Folha percorreu supermercados para saber junto aos consumidores se a queda foi sentida na hora das compras. Para o funcionário público Raimundo Naldo, a queda foi sutil em alguns estabelecimentos de Boa Vista. Ele disse que acompanha preço de produtos, principalmente por meio de panfletos distribuídos nos semáforos, os quais também são encartados no jornal. “Quando precisamos de um produto que está na promoção, aproveito para garantir logo um bom estoque”, disse.

Outro consumidor, que preferiu não se identificar, disse que percebeu a diferença de valores no arroz, feijão e óleo, em determinados locais, por conta das promoções anunciadas nos panfletos. Contudo, ele ressaltou que ainda considera os valores altos, tendo em vista o valor do salário mínimo. “Se não tiver pesquisa, mais da metade do salário fica no supermercado”, comentou.

Para a dona de casa Aparecida Campos, a redução não foi sentida. Por fazer compras mensais, ela destacou que vai às compras em no mínimo dois estabelecimentos diferentes. Desde que começou a analisar os panfletos com promoções de curto prazo, ela constatou que o valor investido pode ser cada vez menor. “Em um local, eu compro carne e verduras. No outro, eu faço a compra bruta. Já cheguei a economizar R$ 100,00”, frisou. (A.G.G)

Publicidade