Política

União da classe política foi essencial, afirmam deputados

Além da crise migratória, temas como Linhão de Tucuruí e regularização fundiária foram tratados com o presidente

Ao avaliar a reunião com o presidente da República, Michel Temer (MDB), em Roraima, integrantes da bancada federal afirmaram que a união da classe política foi essencial. A visita do presidente aconteceu na segunda-feira, 12.

O deputado federal Remídio Monai (PR) afirmou que a união da classe política foi essencial no mapeamento dos problemas decorrentes da imigração de milhares de venezuelanos que cruzam a fronteira todos os dias. “Ainda em Brasília solicitamos uma audiência com o presidente Michel Temer, para relatarmos como se encontrava a situação de Roraima, com uma série de deficiências na área da saúde. Daí cobramos uma ação efetiva quanto a esta questão da imigração desenfreada”, disse.

O parlamentar destacou que agora é esperar que as ações anunciadas durante a visita do presidente Temer a Roraima aconteçam o quanto antes. “Como já disse anteriormente, espero que o reforço na fronteira aconteça o quanto antes e assim possamos minimizar a entrada desenfreada de venezuelanos. Precisamos também dar segurança a nossa população”, comentou.

O coordenador da bancada federal, deputado Abel Mesquita (DEM), destacou que o comprometimento do presidente em vir ao Estado foi o início de uma solução. “A reunião foi muito proveitosa e o Governo Federal se prontificou em ajudar a resolver o problema. Estarei acompanhando para, se necessário, cobrar o que foi prometido. Mas, estou confiante que agora será resolvido”, frisou.

O deputado Édio Lopes (PR) afirmou que, após reunião com o presidente da República, acredita que haverá solução para a crise migratória de venezuelanos. “Também foram tratados os temas energia e fundiário e, ao que me parece, poderemos avançar nestas questões! Estou satisfeito”, avaliou.

O deputado Carlos Andrade (PHS) lembrou que daqui a um mês começam as chuvas típicas da Região Norte. “Essas pessoas, esses imigrantes nas praças, nas ruas, calçadas, feiras não terão como se abrigar. Solicitamos ao presidente e seu gabinete ministerial que olhe com carinho e atue imediatamente e acreditamos que fomos ouvidos. Também falamos de questões importantes para Roraima, como energia e terras. Estamos confiantes”, assegurou.

A deputada Shéridan (PSDB) disse que lembrou o quanto Roraima é esquecido. “Disse que meu Estado não é menos importante que nenhum outro! Fui ouvida e ouvi. Ouvi, inclusive, que esforços não serão medidos e torço por isso. Todas as pautas levantadas dependem, exclusivamente, do Governo Federal. Deixei claro que sou oposição a esse Governo Federal. Aliás, não faço parte de grupos! Minha pauta é Roraima e não há situação alguma que me submeta a virar as costas para o meu Estado, me aliando a quem não cuida de nossa terra e nossa gente. Não tinha meu nome na lista para falar, pedi que deixassem, e assim todos falaram. Michel Temer garantiu a palavra a todos e ouviu a tudo que foi dito atentamente”, comentou.

O deputado Hiran Gonçalves (PP) afirmou que a reunião foi muito satisfatória. “No encontro, Temer se comprometeu com a bancada, em disponibilizar o recurso de R$ 15 milhões, para serem investidos na causa, bem como enviar uma Força Nacional para acompanhar o fluxo populacional de venezuelanos”, lembrou.

O deputado federal Jhonatan de Jesus (PRB) fez a leitura de documento contendo sugestões de ações a serem adotadas em virtude da crise migratória e destacou que alertou há um ano, em discurso na Câmara, o problema.

“Falei na ocasião que viveríamos um caos, que afetaria sobremaneira os serviços essenciais como saúde, educação, segurança pública e mobilidade urbana. Não fomos ouvidos. Infelizmente, os órgãos que deveriam se responsabilizar honram a questionável tradição brasileira de só atentar para os grandes problemas quando beiram o limiar do insolúvel”, enfatizou. “Somos cientes do papel do Brasil diante dos tratados internacionais, especialmente quando se trata de uma nação irmã, caso da Venezuela. Porém, é necessária atuação conjunta entre poderes de maneira coordenada, pois a realidade é cruel e desestabiliza todo o estado”, finalizou.
A deputada federal Maria Helena Veronese não participou da reunião por problemas de saúde.

Governadora Suely Campos: “É necessário que promessas virem ações”

A reunião entre a governadora Suely Campos e o presidente da República, Michel Temer, que contou com a participação de diversas autoridades federais, estaduais e municipais foi positiva na avaliação do governo.

Suely Campos destacou que é necessário que o Governo Federal apresente soluções práticas para a crise migratória que Roraima está enfrentando. “Nos preocupamos com as milhares de famílias morando nas ruas, nas praças, em risco social e em grande vulnerabilidade e que não têm qualificação profissional”, observou Suely Campos. “O presidente da República veio até nós e foi uma reunião proveitosa com todos os Poderes presentes, juntos numa mesa para tratar dessa questão. Há muito tempo solicitamos que o Governo Federal assumisse de fato a gestão de problema e agora esperamos ações concretas”, declarou.

Ela ressaltou, porém, que mais importante que a crise migratória, que é temporária, é a solução de questões federativas que até hoje dependem de solução por parte do governo federal. “Precisamos que seja concluída a transferência das terras da União para Roraima, para emitirmos os tão sonhados títulos definitivos para nossos produtores e que a obra do Linhão de Tucuruí comece imediatamente. Com isso, vamos promover o desenvolvimento econômico-social do nosso Estado e garantir a geração de emprego e renda para nossa gente”, defendeu a governadora.

Roraima não tem condições de ajudar os venezuelanos, diz Jalser

O presidente da Assembleia Legislativa de Roraima, deputado Jalser Renier (SD), disse que as ações apresentadas precisam ser colocadas em prática o mais rápido possível. “Entendemos a situação que os irmãos venezuelanos estão passando. Não é fácil deixar seu país por conta de um governo ditador que está massacrando o povo que passa fome, que necessita de médico, de segurança. Roraima é um estado hospitaleiro, mas que sozinho não tem condições de assumir uma responsabilidade dessa envergadura”, disse.

Temer respondeu que não vai descansar enquanto não solucionar essas demandas de Roraima e prometeu solucionar a situação dos refugiados, mas adiantou que esse trabalho será realizado em parceria com o Governo do Estado, com a liberação de recursos para amenizar os problemas que têm reflexos diretos nos serviços públicos, por conta do grande número de atendimentos aos venezuelanos, a exemplo da Saúde.