A morte de um cachorro da raça Golden Retriever, no Município de Pacaraima, região Norte do Estado, a aproximadamente 220 quilômetros da Capital, causou revolta em parte da população, depois que as fotos do animal morto foram divulgadas nas redes sociais. O fato aconteceu no fim da tarde de terça-feira, dia 21, quando um tenente da Polícia Militar atirou na cabeça do cão alegando legítima defesa, pois teria sido atacado. O caso foi registrado na Delegacia da Polícia Civil.
De acordo com os donos, o cachorro era dócil e não apresentava qualquer distúrbio comportamental e que não atacava quem passava pela rua, como foi mencionado pelo policial. Depois da morte, a família procurou a delegacia para fazer o registro do Boletim de Ocorrência (B.O). Relatou que o tenente saiu com a arma em punho, como forma de intimidar quem estivesse por perto. “Meu cachorro apenas se aproximou dele que, sem pensar duas vezes, pegou a arma e deu um tiro na cabeça. Ele é um monstro”, disse a dona.
OUTRO LADO – De acordo com relatos do tenente, ele estava caminhando com sua cadela de estimação quando um dos cães de uma residência avançou sobre ele. Disse que ainda tentou se proteger em um terreno baldio, mas sem sucesso. Então, ele sacou a arma e atirou contra o cachorro.
Segundo ele, essa não seria a primeira ocorrência envolvendo ataque de cães na cidade. O animal que foi morto teria atacado em outra circunstância o dono de uma serralheria da cidade e que o fato também era de conhecimento público. Declarou que não teve outra opção a não ser atirar.
A legislação referente aos crimes ambientais destaca, no artigo 32, que quem “praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar” qualquer tipo de animal estará sujeito à detenção de três meses a um ano, além do pagamento de multa.
INVESTIGAÇÃO – A Corregedoria da Polícia Militar de Roraima (PMRR) manifestou-se, na manhã desta quarta-feira, e declarou que vai abrir procedimento investigatório para apurar a conduta do tenente em via pública de Pacaraima.
GOVERNO – O Governo do Estado informou, por meio de nota, que “a situação será averiguada e as medidas disciplinares serão adotadas, com sanções cabíveis dentro do regimento militar”. (J.B)
