Política

Temer e Joesley | PF conclui que não houve edição em áudio

Laudo aponta interrupções, mas nenhuma delas foi causada por agente externo ou realizada após a gravação

A Polícia Federal concluiu que o áudio da conversa gravada pelo empresário Joesley Batista com o presidente Michel Temer, em 7 de março no Palácio do Jaburu, não foi editado ou adulterado.

O Estado apurou que o laudo sobre a gravação aponta para mais de 100 interrupções, mas que nenhuma delas foi causada por agente externo ou realizada posteriormente à gravação.

De acordo com fontes ouvidas pela reportagem, a perícia realizada no Instituto Nacional de Criminalística (INC) relaciona as interrupções ao gravador utilizado. Um perito explicou ao Estado que o modelo de gravador utilizado efetua os “cortes” em momentos em que há silêncio. A ação espontânea do gravador tem como finalidade economizar bateria e espaço na memória do aparelho, mas não tem condições de alterar o áudio.

Ainda segundo fontes ouvidas pela reportagem, o software utilizado pelos peritos tem a capacidade de separar todos os sons captados pelo gravador e separá-los por faixas. A partir dessa técnica, explicou um perito, foi possível até melhorar a qualidade de alguns trechos inaudíveis da gravação.

O áudio da conversa de Joesley com Temer deu início à negociação de delação premiada dos executivos da JBS. Após a vinda à tona, da gravação, o presidente disse que o áudio havia sido adulterado.

“Essa gravação clandestina foi manipulada e adulterada com objetivos nitidamente subterrâneos e incluída no inquérito sem a devida e adequada averiguação”, disse Temer, em pronunciamento dois dias após a gravação ser tornada público pelo Supremo Tribunal Federal. A defesa do presidente contratou um perito para analisar o material, que apontou que a gravação era “imprestável”.

Com informações do Estadão