Política

Telmário Mota critica ação do Uber na concorrência contra os taxistas

O Senado pode votar, esta semana, um projeto que vem gerando polêmica em várias cidades do Brasil: a regulamentação dos serviços de transporte particular que usam aplicativos, como Uber. O Plenário aprovou a tramitação em regime de urgência para a matéria. O projeto é o primeiro item da pauta.

Se for aprovado como está, o texto pode ir à sanção. Caso haja mudanças, o projeto terá de voltar à Câmara dos Deputados, onde foi aprovado em abril.

O Projeto de Lei Complementar traz uma série de exigências para esse tipo de serviço de transporte. Representantes da Uber alegam que, se o texto for aprovado no formato que veio da Câmara, o serviço será extinto. Eles defenderam que haja uma regulação, com delimitação de regras claras para o usuário, o motorista e a empresa, mas pedem que o texto siga um caminho menos apressado no Parlamento.

Há cerca de duas semanas, representantes da empresa estiveram no Senado para entregar 815 mil assinaturas coletadas durante uma semana contra a proposta. Eles dizem que o texto alternativo do relator, senador Pedro Chaves (PSC-MS), é melhor que o da Câmara, mas senadores alegam que aprovar o texto com mudanças, e, consequentemente, remetê-lo novamente à Câmara, pode adiar muito uma solução para a disputa.

SENADOR – O senador Telmário Mota (PTB-RR) disse em Plenário que os serviços de transporte de passageiros por meio de aplicativo, como o Uber, praticam concorrência desleal com os taxistas. Para ele a prática se desvirtuou e, agora, os motoristas oferecem um serviço equivalente ao de táxi, mas a um preço que inviabiliza a atividade dos taxistas de todo o país.

Telmário Mota lembrou que o Uber é questionado em mais de 80 países, e alertou que o cenário paradisíaco oferecido aos usuários pode mudar com o passar do tempo. “Eu não vou cobrir um santo e descobrir o outro. Eu não vou tirar dos trabalhadores brasileiros para encher o bolso das empresas internacionais. Esse Uber entra hoje, acenando com o preço baixo, se instala, toma conta do mercado, daqui uns dias eleva o preço e está o caos criado”, disse.