Polícia

Suspeito utilizava dados do pai para acessar material pedopornográfico

De acordo com as investigações, fotos e vídeos envolvendo crianças e adolescentes, com cenas de sexo explícito, foram encontrados em um notbook

Na manhã desta quinta-feira, 17, a titular da Delegacia Geral da Polícia, delegada Guiliana Castro, convocou a imprensa para dar esclarecimentos das ações que resultaram na prisão de um servidor público do Estado no âmbito da megaoperação “Luz da Infância 2”, desencadeada em todo país com intuito de coibir a prática de crime de pedofilia.   

Conforme Guiliana, as ações foram iniciadas nas primeiras horas de hoje, contando com a supervisão do Departamento de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP) e do Núcleo de Proteção a Criança e Adolescente (NPCA).

“É uma operação que ocorreu nos 24 estados e no Distrito Federal e que teve justamente essa finalidade de combater a pedofilia, que é um crime que choca pela situação em si, já que expõe a criança e o adolescente a uma situação desagradável, e também porque o criminoso é uma pessoa que está acima de qualquer suspeita”, comentou.

De acordo com a delegada do NPCA, Jaira Farias, as informações sobre a atuação de F.C.S, 39 anos, foram encaminhadas pelo Ministério Extraordinário da Segurança Pública (MESP) há cerca de três meses. Durante esse período, os núcleos envolvidos na ação trabalharam em linhas de investigação para apontar de que forma o suspeito estava agindo.

Durante o cumprimento da ação de hoje, segundo ela, a equipe encontrou fato material pornográfico, envolvendo crianças e adolescentes, com cenas de sexo explícito, armazenados em um notebook.

“Todo esse material estava armazenado neste notebook e ele afirmou que fazia apenas baixar as imagens, todas elas catalogadas em inglês. Além do fato dele nunca ter tido passagem pela polícia, o que nos chamou a atenção foi o fato dele utilizar, como senha de acesso, um cadastro feito no nome do pai, um senhor já de idade bastante avançada. Por isso foi importante fazer esse levantamento de informação, para chegar de fato ao suspeito desse crime”, destacou.

Ainda segundo a delegada, todo material será periciado pelo Instituto de Criminalística, a fim de que se obtenha um laudo preliminar das imagens recolhidas.

“Ele já está sendo enquadrado no artigo 241 B, do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), com pena inicial de até quatro anos, já que ele afirma que apenas armazenava o material. Se caso for encontrado outros indícios de crime, essa pena pode aumentar. Vale ressaltar também que as informações podem resultar em outras ações, por considerar que muitas pessoas podem estar envolvidas”, pontuou.

A delegada-geral destacou ainda a importância da imprensa na divulgação dos dados e dos trabalhos desenvolvidos pelo NPCA. Ela ressalta ainda que a população é parte fundamental para denunciar os crimes sexuais praticados contra crianças e adolescentes.

“Não há como traçar o perfil de um pedófilo. São pessoas acima de qualquer suspeita e que infelizmente se valem do silêncio da vítima. Por isso é importante esse trabalho desenvolvido por vocês, da imprensa, de estar informando a sociedade sobre esse tipo de crime, e também do NPCA, no combate a essa situação”, observou.

SOBRE A OPERAÇÃO – Deflagrada nesta manhã, a operação “Luz na Infância 2” já considerada a maior ação de combate a pedofilia realizada no país, envolvendo cerca de 2,6 mil policiais civis nos 24 estados e no Distrito Federal (DF).

Ao todo, foram cumpridos mais de 500 mandados de busca e apreensão de documentos e arquivos pornográficos envolvendo crianças e adolescentes. Até o último balanço, mais de 120 pessoas já haviam sido presas