Cotidiano

Sesau descarta suspeita de óbito causado por meningite no HGR

Governo do Estado descartou a chance de uma pessoa ter morrido em decorrência da doença, conforme informação que havia sido compartilhada na última semana

A população roraimense ficou apreensiva com a possibilidade de uma morte causada por meningite no Estado, divulgada recentemente em redes sociais. Supostamente, o caso teria ocorrido na semana passada no Hospital Geral de Roraima (HGR). O Governo do Estado descartou a eventualidade.

Questionada sobre o caso, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) informou que não há casos de óbitos notificados como meningite nas unidades de saúde do Estado. “Portanto não há investigação nesse sentido pela Vigilância Epidemiológica Estadual”, ressaltou a Secretaria.

Segundo levantamento da Folha, não é a primeira vez que a Sesau descarta a possibilidade de óbitos causados pela doença nos últimos anos. Em maio de 2015, a informação era que quatro detentos da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc) teriam falecido em decorrência de meningite.

Pouco tempo depois, o Governo do Estado confirmou a morte de um preso e descartou a possibilidade de um surto da doença. Após investigações clínicas e laboratoriais, a probabilidade da causa da morte ter sido por meningite foi desconsiderada.

Ainda assim, mesmo com a inexistência do registro de um óbito recente no Estado, é preciso precaução considerando que a doença pode ser transmitida facilmente por tosse, espirro ou saliva. De acordo com o Ministério da Saúde, a meningite é causada por um processo inflamatório das meninges, ou seja, as membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal.

A doença pode ser causada por diversos agentes infecciosos, como bactérias, vírus, parasitas e fungos, ou também por processos não infecciosos. No Brasil, a meningite é considerada uma doença endêmica, o que significa que a doença infecciosa afeta certa região e/ou população. Deste modo, casos da doença são esperados ao longo de todo o ano, com a ocorrência de surtos e epidemias ocasionais. A ocorrência das meningites bacterianas é mais comum no inverno e, das virais, no verão.

Atenção deve ser redobrada para crianças menores de um ano

O Ministério da Saúde alerta a população quanto aos principais sinais da meningite que são a febre, dor de cabeça, vômitos, náuseas, rigidez de nuca e/ou manchas vermelhas na pele. A preocupação é que os sintomas podem não ser tão evidentes em crianças menores de um ano de idade, por isso que os pais ou responsáveis precisam ter uma atenção redobrada para a moleira dos bebês, a parte membranosa no topo da cabeça dos recém-nascidos antes da completa ossificação.

“O cuidado maior é em verificar se a moleira está tensa ou elevada, se a criança apresenta irritabilidade, inquietação com choro agudo e persistente, além de rigidez corporal com ou sem convulsões”, indica o Ministério da Saúde.

Vacinação ainda é melhor forma de prevenção

A recomendação do Ministério da Saúde é que a população em geral procure rapidamente os serviços de saúde ao perceber os sinais e sintomas sugestivos da meningite. A prevenção da doença pode ser feita através de vacinação. No calendário de vacinação da criança, estão disponíveis várias formas de prevenção através das vacinas pentavalente, pneumocócica, meningocócica e BCG.

Outras formas de prevenção incluem evitar aglomerações e manter os ambientes ventilados e limpos. Vale ressaltar que a quimioprofilaxia é indicada somente para os contatos próximos dos casos suspeitos de doença meningocócica e meningite por Haemophilus influenzae tipo b.

Rapidez no tratamento reduz risco de morte e sequelas

Para se recuperar da doença, é feito o tratamento de acordo com a causa da meningite diagnosticada pelo médico, variando entre alívio dos sintomas em caso das meningites virais e traumáticas até a antibioticoterapia, quando ocorrem as meningites bacterianas; as fúngicas, causadas por meio de fungos ou as eosinofílicas, através de distúrbios do sangue.

No caso da meningite bacteriana, o tratamento com antibiótico deve ser instituído tão logo seja possível, preferencialmente logo após a punção lombar e a coleta de sangue para hemocultura. “O uso de antibiótico deve ser associado a outros tipos de tratamento de suporte, como reposição de líquidos e cuidadosa assistência”, complementou o Ministério da Saúde.

A precocidade do tratamento e diagnóstico são fatores importantes para o prognóstico satisfatório das meningites. “Quanto mais rápido o atendimento médico, maiores as chances de uma boa recuperação do paciente, reduzindo o risco de óbito ou sequelas, como paralisia dos membros, perda auditiva, perda da visão e outras consequências”, informou. (P.C.)