Cotidiano

Servidores paralisam por salários atrasados e ameaçam greve geral

Salário referente ao mês de março ainda não foi pago aos funcionários da Companhia Energética

Cerca de 100 servidores da Companhia Energética de Roraima (Cerr) estão mobilizados desde ontem em uma paralisação de 48 horas, em frente à Assembleia Legislativa, na Praça do Centro Cívico, para reivindicar os salários atrasados do mês de março. O movimento é apoiado pelo Sindicato dos Urbanitários, que ameaça deflagrar greve geral se não houver acordo com o Governo do Estado.

O presidente do Sindicato dos Urbanitários, Gissélio Cunha, informou à Folha que a situação de atraso dos salários da Cerr e das empresas indiretas do governo é recorrente e tem prejudicado seriamente os servidores. “Antes de iniciarmos a mobilização, entramos com ação na Justiça e comunicamos à diretoria da Cerr, e não houve nenhuma resposta ao questionamento da categoria”, disse ele.

Ele contou que, no ano passado, a Cerr perdeu a concessão para a Eletrobras, que passou a atender os 14 municípios do interior. “Os servidores foram excluídos do acordo coletivo, perderam as gratificações por tempo de serviço, vale alimentação e o salário teve redução de 80%, mudando radicalmente a vida de quase 500 servidores. O tempo de serviço para o governo é considerado nulo”, explicou ele.

De acordo com Gissélio Cunha, os servidores – tanto concursados como com carteira assinada desde 1996 – poderiam ter sido absorvidos em setores diferentes da administração estadual. “A questão é que os servidores precisam de uma definição e que o governo possa aproveitá-los”, salientou Gissélio.

A servidora Adenir Lima, de 47 anos, é funcionária com carteira assinada desde 1996. “Desde o ano passado que vivemos esse pesadelo. Não podemos sair, pois perderíamos nossos direitos. Tivemos redução de salário e o que é pago, quando pago, não dá para nossa sobrevivência. Muitos dos colegas, como eu, estão fazendo tratamento psicológico porque a nossa situação é desesperadora”, disse.

OUTRO LADO – A reportagem da Folha entrou em contato com a Secretaria de Comunicação do Governo do Estado, mas até o fechamento desta matéria não obteve resposta. (C.O.)