Cultura

Saiba quais são os cuidados para tratar a doença

O médico endocrinologista César Ferreira Penna explica os sintomas e como é o tratamento do câncer de tireoide

A maioria das pessoas com câncer de tireoide não tem sintomas. A causa exata do câncer não é conhecida, mas as pessoas com certos fatores de risco são mais vulneráveis que outras à doença. O médico endocrinologista César Ferreira Penna explica que o câncer é o quinto tipo mais comum nas mulheres e o décimo sétimo mais prevalente nos homens. “A doença apresenta uma boa evolução e resposta satisfatória ao tratamento na maioria dos casos. Embora seja três vezes mais frequente nas mulheres, a doença afeta também os homens. Nas mulheres, a fase de maior risco é no período reprodutivo”, disse.

Dentre os fatores de risco para o câncer de tireoide vale ressaltar o histórico familiar e a exposição à radiação. A glândula tireoide está localizada na parte da frente do pescoço, logo abaixo da laringe (cordas vocais). Ela produz hormônios que regulam o seu metabolismo, que é o processo de como o seu corpo usa e armazena sua energia. O câncer ocorre quando tumores, também conhecidos como nódulos, crescem.

“Em termos de prevenção, o exame clínico é o mais importante, seguido, quando necessário, de ultrassonografia. É bom lembrar que não existe a recomendação para ultrassonografia de rotina para o rastreio da doença em todas as pessoas”, ressalta.

Quando identificado o nódulo, o médico diz que nem sempre é necessária a realização de punção ou biópsia. “A indicação depende das características clínicas e da ultrassonografia. Na dúvida sobre a possibilidade de malignidade ou benignidade recomenda-se uma punção, realizada por meio de uma agulha fina, aplicada diretamente no nódulo. O procedimento é simples e pouco doloroso. É retirada menos de uma gotinha do nódulo para que seja averiguado o diagnóstico. A punção do nódulo deve, preferencialmente, ser guiada por uma ultrassonografia”, exemplifica.

Para realizar o tratamento é necessário que seja feita uma cirurgia para a retirada total ou parcial da glândula da tireoide, chamada de tireoidectomia. “O uso de hormônio tireoidiano, ou levotiroxina (T4), também faz parte do tratamento. Em alguns casos específicos é preciso complementar o tratamento cirúrgico com iodo radioativo”, diz Penna.

A terapia do hormônio tireoidiano após a operação deverá focar em evitar que o nível do TSH se eleve e que se mantenha em níveis recomendados (em inglês é chamado de hormônio estimulador da Tireoide).

Existem quatro tipos de câncer de tireoide: papilífero (o mais comum e menos agressivo), folicular (também pouco agressivo), medular e anaplásico (bem agressivo e raro, que costuma ter uma sobrevida curta de 6 meses a 1 ano, mas geralmente acomete pessoas mais idosas).

“Se você acha que tem um nódulo de tireoide, consulte um endocrinologista (o especialista em condições relacionadas aos hormônios) para diagnóstico e tratamento. Em seguida, siga o tratamento recomendado e acompanhe com o seu médico”, disse.