Cotidiano

Saiba por que hoje se comemora o Dia do Físico

Os primeiros registros apontam que a data faz a alusão aos quatro artigos de Einstein que revolucionaram a física no século XX

Neste sábado, 19, é comemorado o Dia do Físico, uma data que ressalta a importância daqueles que dedicam o seu tempo para estudar a ciência que rege todos os processos de ação e reação do mundo: A Física.

Sobre a data, os primeiros registros dão contra de que a mesma faz uma clara alusão ao ano de 1905, época em que foram publicados os quatro artigos de Albert Einstein. Esses materiais seriam base para revolucionar todo conhecimento relacionado a essa ciência no século XX.

No primeiro artigo, intitulado “Sobre um ponto de vista heurístico concernente à geração e transformação da luz”, Einstein descreve o Efeito Fotoelétrico de forma original, com base no conceito de quantum de Max Planck. O trabalho rendeu a ele o Nobel de Física.

Já no segundo artigo, “Sobre uma nova determinação das dimensões moleculares”, o físico construiu uma evidencia experimental da existência dos átomos, graças à estatística relacionada com o movimento browniano. Esses estudos, por sinal, seriam bastante utilizados em vários trabalhos científicos desenvolvidos na época, sendo inclusive aceito como tese de doutoramento na Universidade de Zurique.

Com relação ao terceiro material, Einstein introduziu o conceito de relatividade restrita, estabelecendo uma relação entre os conceitos de tempo e distância, sendo considerada a continuidade dos estudos do físico neozelandês Hendrik Antoon Lorentz. Esse estudo seria mais tarde batizado como a “Teoria da Relatividade Restrita”.

Por fim, o quarto artigo de Albert Einstein fala sobre o conceito de massa inercial, dando origem à famosa expressão E=mc², sendo conhecido como Teoria da Relatividade Geral.     

“Ao meu entendimento, a física vai muito além do que estudar fenômenos. É uma ciência com uma vasta gama de possibilidades, possuindo uma ampla linha de atuação, desde as questões de segurança do dia a dia, como a importância do para-raio e os laudos de acidentes de trânsito; as questões envolvendo a medicina, como fatores que podem contribuir para a cura do câncer. Ter um dia voltado para esse profissional é fundamentar para ressaltar a importância desse profissional para as pessoas”, destacou o professor de Física da Universidade Federal de Roraima, Eliel Eleuterio, 42 anos.

À FolhaWeb, Eleuterio contou que o interesse por essa área iniciou ainda na adolescência, após a realização de um teste vocacional em sua escola. Na ocasião, a atividade apontou aptidão para o conhecimento de exatas, sendo física e astronomia os cursos que mais lhe interessaram.

“Acabei prestando vestibular para ambos os cursos e no fim, quando passei para a física, acabei ficando satisfeito, porque a diferença entre as grades curriculares dos dois cursos era mínima, de maneira que se eu quisesse escolher qualquer uma delas para fazer mestrado e doutorado, não haveria mudança alguma”, destacou.

Eleuterio, que é professor há 10 anos, ressalta ainda que, mesmo havendo uma resistência por parte dos agentes de outras áreas de atuação, a união de conhecimento propiciou grandes evoluções para humanidade. Para ele, manter essa unidade entre diversos grupos é o principal desafio para os atuais e futuros profissionais da física .

“A física não é uma área limitada, ou seja, ela pode atuar em qualquer frente do conhecimento, mas a gente observa que ainda é preciso mudar a mente da forma de fazer. Não se pode mais ter, por exemplo, a figura do engenheiro agrônomo e do físico, ou do médico e do físico. Na minha opinião, tem haver uma agregação de pessoas, montar equipes diversificadas. Um não é melhor que o outro”, pontuou.  

CURSO – Pela Unversidade Federal de Roraima (UFRR), o curso de licenciatura em Física é considerado um dos mais tradicionais da instituição, sendo implantado no ano de 1992.

De acordo com o coordenador do curso, professor José Eugênio, atualmente 60 alunos cursam física, um número que já maior em anos anteriores.

“Infelizmente, a procura pelo curso vem caindo significamente, possívelmente pelo fato de ser uma licenciatura. Além disso, temos uma alta taxa de evasão, o que acaba diminuindo consideravelmente o número de futuros formando”, complementou. 

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