Cotidiano

Roraima tem reajuste de preço mais alto no Norte para tirar a 1ª CNH

Com a adição de mais tempo para aluno fazer aula prática, valor para tirar habilitação passará de R$950,00 para R$1.216,00

Com o aumento do número de horas-aula nas autoescolas de todo o país, a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) sofreu novo reajuste de preço. Em Roraima, o aumento no valor da CNH girou em torno de 28%, o maior entre todos os estados da região Norte. Atualmente é cobrado o valor de R$ 950,00 por 20 horas-aulas e mais o veículo na hora da prova do Departamento Estadual de Trânsito (Detran). Com a adição de mais tempo, cinco horas a mais, esse valor passará para R$1.216,00.
Segundo a presidente interina do Sindicato dos Centros de Formação de Condutores de veículos do Estado (Sindcfc), Silvia Lima, além da mudança na carga horária das aulas, outros fatores contribuíram para o aumento do valor da CNH. “O reajuste já havia sido aprovado pelo Denatran [Departamento Nacional de Trânsito] e agora, com cinco horas-aula a mais e o combustível ficando mais caro, ficou apertado e não tivemos como segurar o valor antigo”, esclareceu.
Silvia explicou que o aumento está valendo desde 1º de dezembro e as autoescolas adotarão os novos valores conforme forem notificadas. “Os Centros de Formação serão obrigados a aumentar o custo da CNH. 25% do aumento foram em cima das adicionais de cinco horas nas aulas e os outros 3% se deveu ao reajuste no preço do combustível”, afirmou. (L.G.C)
Autoescolas tiveram seis meses para se adequarem às mudanças
Uma resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que entrou em vigor na segunda-feira, dia 1º, aumentou de 20 para 25 a quantidade de horas-aula necessárias para tirar a primeira Carteira Nacional de Habilitação (CNH). A regra é válida para a categoria B, que abrange os automóveis. Para a categoria A, de motos, a quantidade subiu de 15 para 20 horas. De acordo com o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), o objetivo da resolução é melhorar a qualidade da formação dos novos condutores.
Segundo a presidente interina do Sindicato dos Centros de Formação de Condutores (Sindcfc), Silvia Lima, o aumento no número de horas-aula deve beneficiar aqueles alunos que têm mais dificuldade em aprender a dirigir. “O aluno vai ficar mais qualificado na prática e tudo que qualifica melhora o aprendizado. Achávamos pouco apenas 20 horas para que os alunos conseguissem aprender a dirigir e se sentisse preparado para a prova de direção”, explicou.
A mudança foi definida em junho deste ano, quando foi estabelecido o prazo de seis meses para que todas as autoescolas se adequassem às novas normas.
SIMULADOR – O aumento no número de aulas para tirar habilitação foi definido após a polêmica do simulador de direção-máquina, que imita um automóvel com percurso virtual. À época, o Contran disse que o objetivo era aumentar a segurança para que futuros motoristas tivessem a primeira prática longe das ruas.
Após vários adiamentos, a obrigatoriedade para as autoescolas adotarem os novos simuladores nas aulas entrou em vigor em 1º de janeiro. Porém, o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) e as autoescolas da Capital reclamaram que os custos dos modelos disponíveis no mercado seriam muito elevados, o que faria com que o custo da habilitação disparasse. Com isso, o Contran tornou o uso dos simuladores facultativo.
Segundo Silvia Lima, não há previsão para os Centros de Formação de Condutores (CFCs) utilizarem os novos simuladores como parte das aulas. “Na verdade, o simulador é muito caro, chega a custar R$ 40 mil, fora a instalação do sistema e os custos de manutenção. Vamos esperar as empresas se adaptarem até que esses valores diminuam para que possamos trazer os simuladores”, esclareceu.
Ela afirmou que a segurança no trânsito da Capital é controlado e que, por isso, as autoescolas não veem necessidade em possuir os simuladores. “Os estados que optaram pelos simuladores são os que possuem maior índice de assaltos e têm o trânsito com grandes congestionamentos. Como Boa Vista é pequena, não temos essa necessidade”, frisou.