Polícia

Quelônios são apreendidos no Baixo Rio Branco

Cerca de 86 quelônios seriam levados para comercialização no estado do Amazonas

Uma operação realizada na região do Baixo Rio Branco apreendeu nesta quinta-feira, 14, 86 quelônios que seriam levados para comercialização no estado do Amazonas.

A ação foi realizada pelos fiscais da Femarh (Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos), Cipa (Companhia Independente de Policiamento Ambiental), Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais), Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e Icmbio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade).

De acordo com o chefe da fiscalização da Femarh, Yuri de Lima, a operação faz parte das ações do Projeto Quelônios da Amazônia, ocorre desde o mês de novembro e se estenderá até fevereiro de 2018, período de desova das tartarugas.

“A operação está ocorrendo dentro dos tabuleiros, que são as praias onde os quelônios desovam nesse período, principal foco dos tartarugueiros da região. Após a desova as tartarugas ficam muito vulneráveis ao predador e se tornam alvo mais fácil da captura por esses criminosos”, disse.

Ele destacou que os infratores já haviam se evadido do local no momento da abordagem dos fiscais, mas além das tartarugas, apreenderam 2 armas, 3 embarcações e 3 motores de barco. As tartarugas resgatadas vivas passam por um descanso para então serem devolvidas ao rio.

Entre os meses de outubro a fevereiro as tartarugas tracajás, da Amazônia, cabeçudas, irapucas e iaçás sobem para as praias ao longo do rio, pondo de 50 a 60 ovos cada, que, por sua vez, levam 60 dias para eclodirem.

A desova geralmente ocorre durante a noite e os quelônios chegam bem debilitados, pois nadaram contra a correnteza.

Os traficantes, chamados de “tartarugueiros”, aproveitam para capturar os animais em cercados improvisados próximos às praias, aonde chegam a manter 300 animais de uma vez, que são revendidos para atravessadores do Amazonas ou do próprio Estado de Roraima.

Segundo o chefe da Fiscalização da Femarh, a multa aplicada nesses casos corresponde ao valor de R$ 5 mil por animal, por estarem no rol das espécies    ameaçadas de extinção.            

Vender animais silvestres é crime, de acordo com a lei federal 9.605, que prevê a detenção de seis meses a um ano, e multa.

De acordo com a lei, além da venda, é crime exportar ou adquirir, guardar em cativeiro ou depósito, utilizar ou transportar ovos, larvas ou espécimes da fauna silvestre, nativa ou em rota migratória, bem como produtos e objetos dela oriundos, provenientes de criadouros não autorizados ou sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente.