Cotidiano

Projeto social leva educação para crianças imigrantes na rodoviária

Com o objetivo de adaptar as crianças imigrantes à língua portuguesa e ao sistema de ensino brasileiro, o grupo de trabalho voluntário Ação Social criou o projeto Praça na Escola. A ação, que conta com a parceria de diversas outras instituições, vai atender os pequenos, em sua maioria venezuelanos, que vivem nas dependências da Rodoviária Internacional de Boa Vista. 

Durante as aulas, que serão realizadas todos os sábados, das 17h às 19 horas, na praça que circunda o terminal rodoviário, eles terão a oportunidade de aprender, além do idioma, a se relacionar com os colegas em um ambiente escolar.

Uma das coordenadoras da ação, a professora do curso de Psicologia da UFRR (Universidade Federal de Roraima), Talitha Macedo, explicou que a ideia de desenvolver o projeto nas dependências da Rodoviária surgiu após o grupo Ação Social perceber que não havia trabalhos do tipo sendo promovidos na localidade. “Sabemos que em outros pontos da cidade existe um trabalho voluntariado no mesmo sentido, mas que atende somente aqueles que vivem nas redondezas”, comentou.

Ela destacou que um dos empecilhos para que aqueles que vivem nas proximidades da rodoviária não procurassem esse tipo de serviço, é a distância. “Eles andam bastante, mas o acampamento deles é a rodoviária. Os projetos existentes nesse sentido são desenvolvidos em outras partes da cidade, muitos não vão devido a distância, ainda mais com crianças. Resolvemos desenvolver esse trabalho aqui, depois de constatar em outras ações, a presença de muitas crianças”, explicou.

O projeto teve início neste sábado, dia 23. As mesas, cadeiras e um quadro foram colocados na área livre ao redor da rodoviária. Antes da primeira aula, os voluntários lavaram as mãos das crianças e também cortaram as unhas. “É importante mostrar para eles a importância da higiene pessoal. Nós também distribuímos o material escolar, que inclui caderno, lápis, entre outros. Neste primeiro dia, outras pessoas que costumam fazer trabalho voluntário na localidade também distribuíram sopa e antes do início da aula eles puderam se alimentar”, informou.

Talitha destacou que além do grupo Ação Social, o projeto conta com o apoio dos Voluntários em Ação, professores e acadêmicos da UFRR e do IFRR (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Roraima). “Também temos o apoio de outros venezuelanos e de profissionais de diversas áreas. Esse é um tipo de trabalho que não dá para se fazer sozinho. Quanto mais ajuda, melhor”, ressaltou.

Ela destacou ainda à importância do apoio da sociedade em ações como essa. “A proposta é um trabalho socioeducativo que possa possibilitar uma melhor adaptação destas crianças à escola. Quem puder colaborar nesse sentido, pode nos procurar. Sempre temos alguém do grupo nas dependências da rodoviária. Todo apoio é bem vindo”, garantiu.