Cotidiano

Programas da Assembleia Legislativa chegam à comunidade indígena

O interesse de grande parte dos moradores da Comunidade Indígena do Raimundão, distante 13 quilômetros da sede do Município de Alto Alegre, pelas atividades oferecidas pelos programas da ALE-RR (Assembleia Legislativa de Roraima), levou a instituição a lançar, na última sexta-feira, dia 29, uma extensão das ações naquela localidade. 

A apresentação da dança do Parixara, um ritual de celebração da alegria indígena, foi o ponta pé inicial para as primeiras atividades do Núcleo da Assembleia Legislativa em Alto Alegre na Comunidade.

O tuxaua Leandro Paulo da Silva Guilherme, explicou que esteve no Núcleo da Assembleia em Alto Alegre e demonstrou interesse em levar as atividades para a comunidade. “Aqui somos carentes de projetos como esse”, comentou.

Lá, moram 500 pessoas, sendo que quase 300 são crianças e adolescentes. “Essa garotada era muito ociosa e mente desocupada só pensa em coisas ruins. Mas agora temos atividades para toda a comunidade. Essa parceria com a Assembleia só vem somar com o desenvolvimento social e educacional de nossos moradores”, disse.

Mesmo antes do lançamento dos programas Abrindo Caminhos e Escola do Legislativo, já haviam 307 pessoas inscritas, inclusive com a participação de moradores da Vila São Silvestre, localizada a 20 quilômetros da comunidade do Raimundão.

Por morar em um estado de área de fronteira, o pai do tuxaua Leandro, o senhor José Marcos Guilherme, 61 anos, se inscreveu para as aulas de inglês. “É um idioma falado em todo o mundo e eu sempre tive vontade de aprender. Vou bastante para Lethem [cidade da Guiana] fazer umas comprinhas e tenho amigos lá também, onde a gente se comunica de maneira um pouco complicada porque não sei falar a língua deles”, disse.

Quem também optou pelas aulas de inglês foi a jovem Adriana da Silva Santos, 19 anos. Ela explicou que escolheu aprender a língua inglesa porque quer exercer uma profissão que possa executar o idioma. “Já tive acesso a alguns livros de inglês, mas sem uma orientação percebi ser um pouco difícil aprender sozinha, por isso estou ansiosa pelo início das aulas”, contou, ressaltando que agora tanto ela quanto os demais moradores terão a chance de estudar e praticar alguma atividade esportiva.

Ela destaca ainda que como moram um pouco isolados, na comunidade ainda falta estrutura, nas áreas de Educação, Saúde e Segurança. “Ir até Alto Alegre é muito complicado, é distante para ir a pé e a estrada é quase intrafegável. Essas ações da Assembleia chegaram em um bom momento aqui na comunidade”, frisou.