Os produtores e moradores da Vicinal 16, na região do Paredão, no Município de Alto Alegre, a cerca de 90 quilômetros da Capital, região Centro-Oeste do Estado, denunciaram à Folha o estado em que se encontra a estrada. Eles afirmaram que aproximadamente R$ 3 milhões foram empregados há menos de um ano pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que tem a responsabilidade de providenciar a manutenção da rodovia, mas o serviço realizado foi de “péssima qualidade”.
Preocupados em ficarem isolados quando as chuvas do inverno começaram a cair, a partir de abril, eles mesmos estão providenciando a recuperação da vicinal. Eles informaram que, após três meses da manutenção da vicinal, os bueiros estouraram, quase impedindo a passagem. Os moradores então improvisaram uma ponte de madeira com pedaços de troncos. Ainda assim, a passagem só é viável para quem anda de moto.
O produtor Manoel Brito de Souza, conhecido por Grilo, disse que já perdeu 4.500 pés de banana e 1.500 pés de açaí. “A vida é sofrida. A gente luta, mas continua perdendo a produção porque não tem como tirar daqui. Pagamos dois carros para não vermos perder tudo, mas só ganhamos metade. Estou perdendo as bananas porque não tem estrada”, lamentou.
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Outros produtos ressaltaram que já pensaram em desistir da profissão. “Vamos lutar pela região, são oito anos de luta e nós continuamos aqui”, disse um produtor que não quis se identificar. O último morador da Vicinal 15, que também não quis se identificar, destacou que já andou cerca de 10 quilômetros com um saco de arroz nas costas para não ter maiores prejuízos. “Como sobrevivemos? A gente colhe e estraga. A gente pede ajuda aos órgãos e nada acontece”, reclamou.
OUTRA VICINAL – Na Vicinal 2, principal da região, moradores e produtores também temem ficar isolados. Por ter ladeiras, a chuva não permite a passagem de veículos. Cerca de 70% da produção de seis mil pés de banana estão correndo risco de se estragarem.
INCRA – A Folha tentou entrar em contato com o Incra para tratar do assunto, mas até o fechamento desta matérias, às 18h, não obteve resposta. (A.G.G)
