Política

Presidente Regional do PP opina sobre Reforma da Previdência e Lava Jato

Deputado federal também é vice-presidente nacional do Partido Progressista, que compõe a base aliada do Governo Temer

As Reformas da Previdência, Trabalhista e a Lava Jato são tema de uma entrevista com o novo vice-presidente nacional do PP, deputado federal Hiran Gonçalves (RR). Amazonense, nascido em Tefé, formado em Medicina, casado e pai de 5 filhos, veio para Roraima em 1982, onde desenvolveu a sua carreira até entrar para a política, tendo sido eleito deputado federal em 2014.

No seu primeiro mandato eletivo como deputado federal assumiu a Liderança do seu Partido, o PP, na Câmara dos Deputados, tornando-se membro da Bancada dos Médicos e das Frentes Parlamentares da Saúde, de Combate ao Câncer e Contra o Abuso Sexual Infanto-Juvenil.

Atuou também nas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) do Sistema Carcerário e da Máfia das Órteses e Próteses. É presidente da Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF), uma das mais importantes do Congresso, e membro das Comissões de Constituição, Justiça e Cidadania, de Ética e de Esporte.

Suas principais bandeiras de atuação são a defesa da saúde pública e do desenvolvimento social e econômico de Roraima. Atualmente, ocupa o cargo de presidente do diretório do Partido Progressista em Roraima e recentemente foi eleito em Brasília para o cargo de vice-presidente nacional da sigla.

Além de falar sobre os temas mais atuais e relevantes na Câmara Federal, Gonçalves abordou as pautas das comissões em que atua, fez uma avaliação da sua atuação parlamentar e explicou quais emendas destinou para Roraima. Confira a entrevista exclusiva à Folha:

FOLHA: Como avalia sua atuação nesse período em que está no parlamento nacional?                        
HIRAN:
Para alguém que fez 35 anos de Medicina e continua fazendo, considero a mudança para política como profunda. Eu aprendi muito, trabalhei muito para liberar muitos recursos para Roraima principalmente em relação à área da saúde. Então considero que tenho feito um trabalho muito bom e tenho assim, e falo isso com muita modéstia nessa autoavaliação. Estou presidindo comissões muito importantes, como a de seguridade social e família, e tenho feito um trabalho muito dedicado, para que a população avalie e se for da vontade do povo de Roraima, vamos continuar atuando intensivamente.

FOLHA: E quanto à Reforma da Previdência? Já tem seu voto definido? Acha que ainda pode melhorar a proposta do Governo Federal?                        
HIRAN: O nosso partido, o PP, pressionou muito o Governo, mesmo sendo da base e tendo participação efetiva no governo em relação à Reforma da Previdência. Queríamos modificar a idade mínima e aparentemente o relator vai consignar a diminuição da idade mínima. Também lutamos pela regra de transição mais flexível e a Reforma vai contemplar de forma diferenciada quem está com 49 e 50 anos, o que era fundamental para nós. Também destacamos que só votaríamos favorável se houvesse a mudança na Previdência do Campo e o Governo flexibilizou. Vamos garantir o direito da aposentadoria para quem trabalha no campo e vive em situação inóspita. Então com as melhorias podemos analisar de forma definitiva uma reforma que abranja quem mais precisa.

FOLHA: Como avalia a Reforma Trabalhista? Quais os pontos que não concorda?    
HIRAN: Estamos esperando que o Relator da Reforma Trabalhista (PL 6.787/16), deputado Rogério Marinho (PSDB-RN), apresente o relatório final, mas somos a favor da flexibilização, contanto que haja a preservação de direitos. Acreditamos que a flexibilização nos contratos de trabalho é essencial para o crescimento do país, pois será muito mais importante o que está pactuado entre empregador e empregado do que as leis antiquadas que existem no país há mais de 30 ou 40 anos. Essa flexibilização de leis gera mais emprego e economia, pois os direitos, férias, tudo fica pactuado entre as partes e isso é moderno, como acontece nos países mais desenvolvidos.

FOLHA: Qual sua visão enquanto parlamentar sobre a Lava Jato? Quais os pontos da operação que acha mais importantes para o futuro do País e quais discorda enquanto parlamentar?
HIRAN: Corrupção passiva, ativa, peculato, caixa dois são acusações muito graves e sérias. Acredito que tem que dar direito aos envolvidos de se defenderem, dar o devido processo legal e creio também que não se pode condenar previamente. Muitos estão condenados previamente pelo efeito midiático. Tem que ser dado a todos os envolvidos o direto a ampla defesa. Como membro da Comissão de Ética da Casa, penso que é preciso ter prudência para não condenar quem não é culpado e nem deixar livre os culpados que receberam dinheiro em troca de corrupção e dilapidação do Patrimônio Nacional.

FOLHA: Para finalizar, no seu mandato, quais são os projetos que destacaria como mais relevantes?
HIRAN: O primeiro que aprovei foi o da Lactose, que trata da rotulação dos alimentos. Esse é significativo para mim, pois hoje já colocam de forma clara nos rótulos que tem lactose na fórmula, o que protege as pessoas, pois muita gente tinha problema de sensibilidade [intolerância à lactose] e não sabia. Conseguimos aprovar muito rapidamente esse projeto e trabalhamos muito no plenário e nas comissões. Ele marcou meu ingresso no Congresso Nacional, pois é muito difícil aprovar projetos por conta da tramitação vagarosa.
Outro projeto que também marcou minha atuação é meu trabalho em prol da melhoria da estrutura do diagnóstico do tratamento de câncer. Fui com o Ministro da Saúde, Ricardo Barros, que garantiu o aparelho para fazer a radioterapia no Estado. O Governo precisa fazer apenas a estrutura para assentar a máquina. Assim os pacientes com câncer não vão mais precisar de TFD [Tratamento Fora de Domicílio]. Também já temos projeto para fazer um Centro de Diagnóstico Precoce para garantir tratamento para vários tipos de câncer e faremos convênio para construir, em Roraima, um Centro de Diagnóstico com a Fundação Pio XII, que é o Hospital de Barretos.

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