Cotidiano

Prédios do governo continuam abandonados e sem destinação

O abandono aos prédios públicos tem sido alvo de preocupação ao longo dos anos, principalmente pelas pessoas que moram próximas, as quais temem pela utilização desses locais para venda de entorpecentes, aumentando assim a criminalidade nos bairros, além da proliferação de doenças por conta da falta de limpeza regular dos espaços. 

Um dos mais percebidos pela população por conta de sua localização central é o prédio do antigo Boa Vista Shopping, localizado no bairro 31 de março, zona norte da Capital. Desocupado oficialmente em 2016 sob a alegação de que o espaço era economicamente inviável e gerava ônus para o Estado, o local chegou a ser cotado para abrigar a sede da Secretaria Estadual de Gestão Estratégica da Administração (Segad).

No entanto, no final do ano passado, o governo informou que o espaço foi repassado para responsabilidade da Secretaria Estadual do Trabalho e Bem-Estar Social (Setrabes) e que no local seria instalada a Casa do Trabalhador, a partir de maio deste ano, o que não ocorreu. Atualmente, o espaço continua sem utilização, com portões derrubados, vidros quebrados e tomado pelo matagal.

ESCOLA – Outros prédios que também estão sem utilidade no Estado são os que abrigavam as unidades de ensino, como o da Escola Estadual 31 de Março, no bairro do mesmo nome, desativada em 2015. Na época, os 100 alunos foram remanejados para a Escola Diva Lima, no vizinho bairro São Francisco, também na zona norte, que abriga também os alunos da antiga Escola Princesa Isabel. Segundo o governo, a baixa demanda de estudantes foi o motivo para desativação da unidade.

GOVERNO – Sobre a questão patrimonial, o Governo do Estado informou que ainda este mês a Setrabes vai apresentar o projeto de reforma e a nova finalidade que será dada ao prédio, antes ocupado pelo Boa Vista Shopping.

A Secretaria Estadual de Educação e Desporto (Seed) informou que a Divisão de Estrutura Física (Dief) está em andamento com o cronograma de manutenção em todas as escolas da Capital, no interior e unidades indígenas do Estado, e que a Escola Estadual 31 de Março está na lista de manutenção predial. “Esta unidade de ensino estava sem receber manutenção há dez anos”, diz trecho da nota.

O Estado ainda deu esclarecimentos sobre a desativação das escolas, informando que, em 2015, as três escolas citadas na matéria estavam localizadas em bairros do entorno do Centro com número reduzido de matrículas, salas de aula ociosas e lecionando o mesmo nível de ensino.

“Foram feitas reuniões, que estão registradas em atas, com pais e professores para discussão do assunto. Nesse sentido, concluiu-se que, se reunissem os alunos das três unidades em uma só escola, não haveria problema de vagas e os servidores seriam otimizados. Então, todos os alunos das escolas 31 de Março e Princesa Isabel foram remanejados para Escola Diva Lima, que mesmo assim ainda não preencheu toda capacidade física. Por esse motivo, a escola em questão deixou de funcionar”, informou.

Sobre o prédio da Seed, que também está abandonado, na Praça do Centro Cívico, o governo informou apenas que o local será reformado, mas não deu previsão de quando o processo deve iniciar. “A Secretaria de Infraestrutura está fazendo o levantamento das necessidades para a reforma. Assim que o levantamento for concluído, a Seed divulgará o início das obras”, frisou ao ressaltar que o prédio foi abandonado em 2011, ainda na gestão passada, e que desde então deixou de abrigar os servidores. Hoje a Seed ocupa outro prédio próprio. (P.C.)