Cotidiano

Povos indígenas querem parceria do Estado para fomentar a agropecuária

Ideia é fortalecer as plantações e promover o melhoramento genético do gado

Na manhã de ontem, 26, durante a 3ª Assembleia dos Tuxauas, com o tema Gestão Territorial e Etnodesenvolvimento, a governadora Suely Campos (PP) deu início ao diálogo com lideranças indígenas de Roraima para discutir a criação de políticas públicas que irão fomentar a produção agropecuária nas comunidades indígenas do Estado.

Secretários de diversas pastas estaduais participaram do evento, realizado no Palácio da Cultura Nenê Macaggi, no Centro da Capital, onde foram apresentadas as demandas dos povos indígenas, que além da agropecuária, buscam apoio para melhorar questões relacionadas à educação, saúde, turismo, entre outras. A expectativa do Governo do Estado é atender a 32 Terras Indígenas e mais de 400 comunidades, que juntas possuem uma população de mais de 70 mil pessoas.

A governadora Suely Campos (PP) afirmou que o Estado está aberto para firmar parcerias. “Um evento que reúne lideranças indígenas é importante para que possamos ouví-los e, a partir daí, atender suas demandas.

Estamos à disposição para recebê-los e promover a criação de políticas públicas que visem o desenvolvimento da saúde, da educação e do setor agropecuário das comunidades indígenas”, disse.

Nos últimos anos, os povos indígenas identificaram problemas na agricultura, como a perda de sementes cultivadas, o que culminou na diminuição da produção agrícola e da criação de animais. “Nosso intuito é promover a união entre governo e índios para fortalecer as plantações e promover o melhoramento genético do gado, já que as comunidades possuem suas próprias criações”, disse o titular da Secretaria do Índio, Dilson Ingaricó, um dos organizadores da Assembleia dos Tuxauas.

Atualmente, o Estado está pleiteando o status livre da febre aftosa com vacinação internacionalmente, o que significa que a participação dos povos indígenas é essencial para que o governo possa avançar nesse mercado. “Muitas comunidades estão na linha de fronteira entre Brasil, Venezuela e Guiana. São regiões com potencial para pecuária. Então é uma atividade que deve ser desenvolvida”, observou o presidente da Agência de Defesa Agropecuária de Roraima (Aderr), Vicente Barreto

Posteriormente, para que as comunidades possam vender seu gado para outros estados ou para outros países é preciso que haja um controle sanitário feito pela Aderr. “Por isso, um evento como este é importantíssimo para que haja entendimento sobre o papel indígena e o papel do Governo do Estado”, comentou.

EDUCAÇÃO – O secretário Dilson Ingaricó ressaltou, para a Educação, a necessidade de investimentos relacionados ao acesso. “Precisamos de políticas que promovam a formação profissional; melhorar as condições das estradas, tendo em vista que muitas crianças sofrem para chegar às escolas, principalmente em períodos chuvosos; e desenvolver projetos sobre alimentação nas escolas, pois pretendemos utilizar a produção das próprias comunidades na merenda escolar”, citou.

Segundo Ingaricó, as ações buscam melhorias para a vida dos povos indígenas. “Não existe trabalho que avance sem parceria. Então o diálogo com o Governo é essencial para traçar estratégias e nortear investimentos que serão aplicados nas atividades produtivas desenvolvidas pelas comunidades”, frisou. (B.B)