Cotidiano

Posto de combustível continua fechado e taxistas aumentam valor da passagem

Há mais de uma semana, indígenas venezuelanos interditaram o posto internacional de combustível

Os indígenas venezuelanos da Comunidade Indígena San Antonio Del Morichal, responsáveis pela área onde está localizado o posto de combustível internacional em Santa Elena do Uairén, na Venezuela, ainda estão proibindo a comercialização de combustível, suspensa há mais de uma semana, em razão do impasse com a empresa de petróleo PDVSA.

Segundo informou à Folha o morador de Pacaraima, José Amorim Filho, o fechamento do posto já dura mais de uma semana e esta não é a primeira vez que eles interditam o local em protesto pelo não atendimento da reivindicação junto à empresa por uma porcentagem sobre o lucro do combustível que é vendido, além de iluminação pública, obras de melhoria na comunidade e ajuda na implantação de programas agrícolas de subsistência aos indígenas.

“Não é a primeira vez que ocorre esta suspensão na comercialização de gasolina, prejudicando os moradores e turistas que vêm ao município de Pacaraima. Este impasse sempre existiu e já chegamos a ficar um mês sem conseguir abastecer, até o cumprimento de parte do acordo entre a empresa e os indígenas”, disse.

REAJUSTE – Com a suspensão do abastecimento no posto em Santa Elena de Uairén, o preço cobrado pelos taxistas que fazem o transporte alternativo para o município de Pacaraima teve que ser reajustado de R$ 40,00 para R$ 50,00, conforme informou o taxista Antônio Pinheiro. “Com os sucessivos reajustes no combustível, tivemos que promover este aumento, mas assim que o abastecimento no posto de Santa Elena voltar ao normal, reduziremos também o valor que estamos sendo obrigados a cobrar atualmente”, informou.

Prefeito já manteve contato com autoridades na Venezuela

O prefeito de Pacaraima, Juliano Torquato (PRB), disse que está acompanhando as negociações para a abertura do posto de combustível em Santa Elena, mas adiantou que por ser uma questão entre a empresa fornecedora de combustível e os indígenas, independe da intervenção do Executivo municipal. Mesmo assim, ele esteve reunido com o comandante da Guarda Nacional Venezuelana e demais autoridades do país, mas nada de concreto foi informado.

“O comandante do Exército e da Guarda Nacional Venezuelana se comprometeram a verificar como estão as negociações para a reabertura do posto e, em seguida, nos repassaria como está o avanço das negociações. Mas pelo que me foi adiantado e até mesmo pela questão política em que se encontra o país, este impasse não deve ser resolvido nos próximos dias”, acrescentou. (R.G)