Cotidiano

População aprova redução de tempo para campanha eleitoral

As propagandas nas emissoras de rádio e televisão também tiveram diminuição de tempo

O período eleitoral foi reduzido de 90 para 45 dias. As propagandas nas emissoras de rádio e televisão também tiveram diminuição do tempo, e acontecerão durante 35 dias e não mais 45.  Com as novas regras do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os canais de rádio e televisão deverão reservar dois blocos de dez minutos cada, duas vezes por dia, de segunda a sábado e destinados à campanha para prefeito.  

Para vereador, haverá apenas a veiculação em tempos de 30 e 60 segundos, de segunda a domingo, em um total de 70 minutos diários, distribuídos ao longo da programação entre 5h e 00h, conforme informações no site do TSE. No rádio, a propaganda será transmitida das 7h às 7h10 e das 12h às 12h10. Na televisão, os candidatos se apresentarão das 13h às 13h10 e das 20h30 às 20h40.  

Nas ruas de Boa Vista, os eleitores consideraram necessárias as medidas diante de novas tecnologias que permitem acesso rápido a todo tipo de informações, incluindo as eleitorais, e substituem a televisão e o rádio. Muitos disseram que a redução no tempo aconteceu em um momento que as redes sociais na internet dominam a audiência.

Por meio do Facebook e Whatsapp, por exemplo, é possível disseminar, em fração de segundos, santinhos, frases e vídeos com depoimentos e imagens de políticos. Além das redes sociais, existem as demais divulgações em diversas páginas de diferentes sites. Apesar das facilidades, alguns eleitores lembraram que a redução no tempo na rádio e TV pode dificultar o acesso a informações para pessoas que não utilizam internet.

O comerciante Everaldo Portela considerava 90 dias muito tempo para a realização de campanhas eleitorais. Interessado no que os políticos dizem no rádio e na TV, ele disse que acompanha as propagandas para saber das propostas. “Todas as eleições eu assisto aos candidatos. Considero suficiente o tempo de 35 dias para as propagandas e os dois blocos de 10 minutos para eles falarem nas emissoras”, comentou.

Já a farmacêutica Rosilane Reis se lembrou dos eleitores que não possuem acesso à internet. Para ela, as regras diminuíram o espaço dos candidatos e as chances de conhecimento das propostas por aqueles que têm a televisão e o rádio como únicos meios para obter informações. “Muita gente ainda não tem acesso aos novos meios comunicação, e isso acaba dificultando tanto para os candidatos quanto para os eleitores mais humildes”, considerou.

O professor Edilson Souza lembrou a importância da educação para que as pessoas possam escolher os futuros representantes com discernimento e sabedoria. Segundo ele, não importa a forma como o político se apresentará, pois disse que as pessoas perderam a confiança diante de promessas e planos de governo que não se cumprem. “Os políticos perderam a credibilidade. Seja em comícios, pela televisão, internet ou rádio, os eleitores não estão acreditando mais. O que deve mudar é a postura dos políticos”, defendeu o educador.  

A vendedora Daniely Chã disse que a redução do tempo para as propagandas é importante porque obriga os candidatos a irem mais próximo da realidade das pessoas. “Com menos tempo, eles estarão mais presentes nas ruas, nas casas das pessoas, vendo as dificuldades da população de perto”, comentou ao desaprovar a realização de comícios por considerar uma prática injusta com as candidaturas que possuem menos recursos. “Não sou a favor de comícios e reuniões porque os políticos que possuem mais dinheiro contratam shows e acabam tendo vantagem. É injusto!”, comentou.

O comerciante José Rodrigues disse que é indiferente quanto à medida adotada pelo TSE, pois este ano passou-se a utilizar as redes sociais na internet para se informar das propostas eleitorais. “Já assisti muita campanha pela televisão, mas hoje vejo pelo Facebook e Whatsapp. Os tempos hoje são outros, se existem novos meios, então não há necessidade de tanto tempo para as propagandas no rádio e na TV”, afirmou.

A estudante Patrícia Freire também considerou necessárias as novas regras. “Mesmo porque muitas pessoas já não assistem essas propagandas. Então é uma maneira dos políticos não perderem tempo e nem tomar os espaços das programações das TVs e rádio. Hoje em dia a gente vê as propostas dos políticos pela internet, se quiser, se não quiser, passa para outro assunto”, disse a eleitora. (A.D)