Polícia

Polícia já está atrás do suspeito de atear fogo em venezuelanos

Policiais já identificaram suspeito, que ainda pode ser preso em flagrante

No começo da tarde de ontem, dia 9, o delegado titular da Delegacia-Geral de Homicídios (DGH), da Polícia Civil de Roraima, Cristiano Camapum, deu detalhes à imprensa sobre as investigações a respeito do atentado contra a vida de uma família venezuelana que ocorreu na madrugada de quinta-feira, dia 8.

Na ocasião, Camapum explicou que pelo menos três ataques foram feitos em sequência e tudo aponta que tenham sido realizados pelo mesmo indivíduo que já foi identificado e está sendo procurado por equipes policiais. “Os ataques estão ocorrendo contra os venezuelanos que vivem numa residência, sendo usado e arremessado líquido inflamável e fogo. As investigações começaram separadas. Primeiro ocorreu um ataque na rua Sabiá, do bairro Mecejana dia 5, às 4h, quando um indivíduo, até então não identificado, jogou líquido inflamável contra os moradores que estavam na varanda da casa e dois deles teriam sido atingidos. Este caso chegou para nós, da DGH (Delegacia-Geral de Homicídios), porque se tratava mesmo de uma tentativa de homicídio com uso de fogo”, disse.

Conforme a autoridade policial, a princípio, não havia qualquer informação se o caso era referente ao fato de as vítimas serem estrangeiras, por isso investigou-se como tentativa de homicídio e a intenção da Polícia Civil era saber se houve desavença entre o autor do crime e as vítimas. O caso estava bem adiantado, a Polícia Civil aproveitou o uso de vídeos, inclusive um deles foi divulgado pelo site da Folha.

O que mais chamou a atenção dos policiais ao analisarem as imagens captadas pelas câmeras de segurança de um imóvel próximo ao local do fato é que o criminoso sempre agia da mesma forma. “Ocorre que no dia 8 de fevereiro aconteceu o segundo ataque, às 5h, basicamente com o mesmo modus operandi, cujo autor chegou sozinho numa residência, também no bairro Mecejana, e arremessou o líquido para dentro dessa casa. Era um imóvel em que os moradores não estavam na varanda, mas estavam com as janelas abertas, arremessou para dentro dessa janela e atingiu três pessoas: pai, mãe e a filha”, acrescentou Camapum.

Como a criança teve ferimentos mais graves, foi encaminhada ao Hospital da Criança Santo Antônio. A direção da unidade de saúde acionou a Polícia. Como se tratava de uma criança, o Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente (NPCA) ficou responsável pelas investigações, no entanto, ao saber do caso, a DGH compartilhou informações com os agentes do Núcleo.

“No decorrer dos últimos dias, a gente conseguiu levantar que tinham outros casos semelhantes e apareceu um caso anterior aos demais, quando no dia 31 de janeiro, num posto de lavagem, também no bairro Mecejana, houve outro ataque. O posto é muito próximo da segunda residência atacada e muito provavelmente foi praticado pelo mesmo autor”, enfatizou o titular da DGH. (J.B)

Suspeito já foi identificado e é procurado pela Polícia

A Delegacia-Geral de Homicídios (DGH) adiantou ainda durante a coletiva, no começo da tarde de ontem, dia 9, que a integração de trabalho com o Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente (NPCA) resultou na identificação do criminoso.

“As investigações desde o segundo caso foram ininterruptas, estamos tentando localizar o autor. Ele está parcialmente identificado. Nós já sabemos quem é. É o mesmo autor dos dois fatos. As equipes estão na rua tentando fazer o flagrante porque em relação ao segundo caso, ainda configura flagrante. Nós estamos tentando a prisão dele. Não vou divulgar nome dele para não atrapalhar as investigações. Caso não seja possível a prisão em flagrante, vai ser representado pela prisão preventiva ou temporária. A gente ainda vai estudar qual das duas é a melhor opção”, ressaltou Cristiano Camapum.

Nesse caso, a prisão preventiva será pedida se não houver necessidade de mais investigações, assim o criminoso ficaria 30 dias preso, mas o prazo pode ser prorrogado pelo mesmo período de tempo. Já a prisão temporária acontece se houver necessidade de o caso ainda ser investigado, de modo que o delegado teria apenas 10 dias para concluir o inquérito e relatar à Justiça. “Só depende se vai precisar de mais prazo ou não para investigação”, salientou o delegado.

A Polícia disse que já dispõe de imagens tanto do primeiro quanto do segundo atentado. São vídeos que mostram a ação do criminoso, o que reforça a concepção de que as investigações estão lidando com um piromaníaco que está usando fogo para cometer crimes de homicídio, inclusive este é o perfil que está sendo levantado pelas equipes de Polícia Civil.

“A gente só não pode afirmar se o caso tem ligação direta com uma represália à imigração, que vem ocorrendo no Estado ou se é represália às vítimas venezuelanas ou se apenas foi uma coincidência ele ter encontrado mais facilidade para atacar essas pessoas. Nós estamos estudando esse perfil de um piromaníaco que está atuando na cidade”, enfatizou Camapum.

Segundo a DGH, as diligências evoluíram desde a quinta-feira, dia 8, e estão bem adiantadas quanto ao caso. A identificação do maníaco foi feita por imagens e também por testemunhas que fizeram o reconhecimento e sinalizaram como positivo para aquela pessoa que aparece nos vídeos. Quando questionado sobre a nacionalidade do criminoso, o delegado disse que nem mesmo daria a informação que confirma se o elemento é brasileiro ou estrangeiro.

PIROMANÍACO – Consiste no desejo mórbido e incontrolável de provocar incêndios, queimar ou atear fogo às coisas ou pessoas. A piromania é definida como o comportamento repetitivo de atear fogo de forma proposital e intencional. (J.B)

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