Cotidiano

Piscicultura garante renda a mais de 1.400 produtores em Roraima

Estado produziu, em 2017, 13.292 toneladas e, pela expansão da área de piscicultura, a expectativa é encerrar 2018 com 13.830 toneladas

A piscicultura em Roraima tem garantido lucro a 1.420 produtores divididos em vários municípios do Estado. O setor passa por um momento econômico favorável em razão do aumento no consumo da carne de peixe na capital, com envolvimento de mais de mil trabalhadores que auxiliam na produção e despesca.

Os dados apresentados pelo setor de estatística da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento (Seplan) apontam um crescimento significativo na expansão da quantidade de área de lâmina d’água em hectares no setor empresarial. Em 2015, Roraima apresentava 3.552 hectares e, em 2018, a piscicultura já está estabelecida em uma área de 3.956 hectares, com projeção para 2019 de 4.075 hectares.

O coordenador do setor de Piscicultura da Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Marlon Maia, destacou que no ano de 2017 foram produzidas cerca de 13.292 toneladas, possibilitando um lucro de R$ 65 milhões divididos entre os produtores da agricultura familiar, comunidades indígenas, pequenos, médios e grandes produtores de pescado. A expectativa para 2018 é de 13.830 toneladas.

“A maior produção é de tambaqui com cerca de 99% e o restante é de matrinxã. Outro dado interessante no acompanhamento que temos realizado é o aumento considerável do consumo interno de pescado, considerando a expansão de restaurantes que lidam com alimentos a base de peixe, bancas instaladas em feiras e avenidas e o crescimento de pequenos comércios que oferecem ao consumidor o peixe assado sem espinha. É um resultado favorável tendo em vista os inúmeros benefícios da ingestão de pescado na alimentação”, observou.

Em relação aos municípios líderes na produção de pescado, Marlon destacou que Amajari, Alto Alegre, Boa Vista, Cantá e Mucajaí lideram atualmente estes dados no Estado, concentrando 80% deste total nos pequenos e médios produtores.

“O cenário se mostra favorável para o investimento no setor. Temos uma série de vantagens em relação aos outros Estados e atualmente cerca de 70% do que é produzido está sendo consumido aqui mesmo, e o restante é enviado para o Amazonas, onde somos o segundo no ranking de exportação, tendo a liderança concentrada em Rondônia. Ano passado foi enviado algo em torno de 5.500 toneladas para o Amazonas”, disse.

Comerciante destaca êxito nas vendas

Para o comerciante Jorge Farias, a decisão de investir em um pequeno comércio de assado de tambaqui, no bairro Jardim Floresta, surgiu em 2015 quando foi demitido. Sem alternativa, optou por iniciar as vendas e desde então já expandiu três vezes a área da venda localizada na sua própria residência.

“Sem ter alternativa e não querendo mais voltar para o serviço público, decidi com minha esposa que iriamos montar uma venda de peixe assado. No começo foi difícil. Sem muito recurso para investir, trabalhávamos apenas com uma churrasqueira e foi então que começamos a ganhar clientes. O consumo de pescado tem aumentado bastante e isso se reverte em benefício para a população. Antes vendíamos uma média de 30 peixes e agora comercializamos mais de 80 por dia”, comentou. (R.G)