Saúde e Bem-estar

Pediatra lista recomendações para evitar ‘Síndrome da Morte Súbita do Lactente’

A pediatra Marjorie Fassanaro explicou que nos países desenvolvidos a SMSL é a causa mais prevalente de mortalidade nos lactentes

Dormir com a barriga para cima, evitar o contato do recém-nascido com cigarros, descobrir a cabeça do bebê durante o sono, essas são algumas das recomendações que podem evitar a Síndrome da Morte Súbita do Lactente (SMSL). A doença causa morte súbita e inesperada durante o sono, de criança com menos de um ano de idade. 

De acordo com a médica pediatra e neonatologista Marjorie Fassanaro, nesses casos, a história clínica, o exame físico, a necropsia e o exame do local do óbito não demonstram uma causa específica. Ela listou uma série de recomendações que podem evitar casos de SMSL.

“A morte ocorre no local em que o bebê está dormindo e não existe previamente nenhum sinal consistente indicando que o bebê está em risco de vida. O diagnóstico é feito pela história clínica e por exclusão de outras prováveis causas através de cuidadoso exame pós – óbito, realizado pelo médico legista”, explica.

Segundo a especialista, nos países desenvolvidos a SMSL é a causa mais prevalente de mortalidade nos lactentes e a faixa etária de maior risco encontra-se entre 2 e 5 meses de vida, guardando as seguintes proporções : entre 1-6 meses, 80% dos casos; entre 6 -12 meses, 15% dos casos e após 12 meses, 5%.

“O perfil de risco para SMSL é composto de fatores maternos e fatores peri e pós-natais: mãe jovem, multípara (mais de uma gravidez), intervalo curto entre as gestações, ausência de pré-natal, prematuridade, baixo peso de nascimento, irmão de SMSL, baixo nível sócioeconômico”, ressalta.

A médica reforça que existem fortes evidências de que o risco é maior quando os lactentes dormem na posição prona (decúbito ventral – “barriga pra baixo”).

Com estes resultados foi iniciada a campanha “Reduza o risco de SMSL” na década de 90. “Imediatamente foi observada uma redução da mortalidade pós-natal em até 50% nos países que adotaram a posição supina para dormir”, disse.

Algumas crianças já nascem com risco maior de SMSL, apesar disso, existem recomendações que podem diminuir os índices da fatalidade.

“Apesar do mecanismo da morte ainda não ser totalmente conhecido, acredita-se que ao fornecermos um ambiente de sono mais propício, eliminamos os fatores “gatilho” das crianças vulneráveis, fazendo com que estas sejam salvas”, disse a médica.

A pediatra Marjorie Fassanaro listou algumas recomendações fundamentais que atuam na prevenção da morte súbita do lactente. São elas:

1. Posição supina ao dormir (decúbito dorsal) Recém-nascidos normais devem adotar esta posição para dormir. Lactentes ou recém-nascidos com refluxo gastroesofágico ou outras condições médicas que impossibilitem esta posição devem dormir preferencialmente em decúbito lateral. Esta posição, em lactentes normais, não traz maior risco de sufocação, pois os reflexos de deglutição e despertar estão intactos e não aumenta o risco de apneias ou cianose.

2. Manter os recém-nascidos em ambiente sem contato com cigarro antes e após o nascimento. O tabagismo durante a gestação e o primeiro ano de vida aumenta o risco de SMSL em 2-4 vezes. Mesmo o hábito de fumar paterno pode influenciar este risco e deve ser evitado. As gestantes e puérperas devem ser orientadas para evitar o fumo, no mínimo, durante os seis primeiros meses de vida do lactente.

3. A cabeça do recém-nascido deve ficar descoberta durante o sono. Estudos demonstram que em 16-22% dos casos de SMSL, os bebês foram encontrados com a cabeça coberta ou enrolada nas cobertas. Recomenda-se que os pés do bebê fiquem encostados na borda do berço, evitando que este escorregue para baixo das cobertas.

4. Evitar que outras pessoas, mesmo crianças, durmam na mesma cama que o bebê.

5. Evitar agasalhar demais a criança.

6. Menos é mais: quanto menos coisas houver no local onde o bebê dorme, melhor. Retirar travesseiros, almofadas, ursos de pelúcia e protetores de berço, devem ser evitados.