Cultura

Pediatra ensina a fazer o desmame sem traumas

Respeitar o tempo ideal de amamentação e a vontade da criança evita sofrimentos

Muitas mães se questionam qual é a melhor forma de desmamar seu filho. A recomendação do Ministério da Saúde e da Sociedade Brasileira de Pediatria é do aleitamento materno exclusivo e em livre demanda até o sexto mês de vida do bebê, caso a mãe queira após esse período, a dieta pode complementar outros alimentos até dois anos ou mais.

Vale ressaltar que o desmame pode ser feito de forma passiva, a mãe opta em amamentar até que a criança decida não mamar mais ou de forma gentil aonde ela vai readequando a amamentação limitando a disponibilidade do peito, por exemplo.

Segundo a pediatra Ana Carolina Brito, existem formas de introduzir a dieta complementar e manter o aleitamento materno sem traumas.  É importante ter em mente que a retirada do peito não acontece de um dia para o outro. Trata-se de um processo gradual, que pode ser pensado a partir do sexto mês da criança, de modo que mãe e filho se acostumem com a ideia de que, em algum momento, haverá a separação.

Tudo começa com a substituição da mamada do almoço pela primeira refeição salgada. O processo continua no sétimo mês, quando a mamada do jantar pode ser trocada por outra refeição sólida. A mãe que passa o dia trabalhando tem a possibilidade de amamentar de manhã, ao acordar, e de noite, antes de dormir.

Se tiver condições, ela deixa devidamente armazenado para ser oferecido ao bebê no período da tarde, em uma mamadeira. Dessa forma, por volta dos dois anos, a criança já faz várias refeições durante o dia e restam apenas uma ou duas mamadas, o que facilita a retirada, que deve ser gradual.

“Com o início da dieta complementar, o bebê deve ser alimentado com colher e copinho e as mamadas no seio materno serão substituídas pelas refeições, diminuindo sua frequência. Geralmente os bebês desmamam espontaneamente e se interessam por outros alimentos na medida em que se desenvolvem”, explica.

Segundo a médica, quando uma mãe deseja interromper a amamentação, ela deve introduzir novos alimentos de maneira gradual, para melhor aceitação do bebê.

“Uma dica é permitir que outra pessoa (pai, avó ou babá) ofereça as refeições, no lugar da mãe, pois ajuda no processo do desmame”, relata. A ajuda do pai e dos avôs é fundamental para conseguir fazer o desmame: quando a criança pedir o peito antes de dormir, por exemplo, a mãe deve sair do campo de visão dela e deixar que uma dessas pessoas a acalme, embalando-a e oferecendo uma mamadeira.

Os alimentos mais adequados para os bebês são as fórmulas lácteas infantis. A partir do sexto mês, os purês de frutas e purês de legumes são os mais aceitados. Produtos industrializados e condimentos como sal e açúcar devem ser evitados nos primeiros dois anos. “À medida que os dentinhos nascem a consistência das refeições pode ficar mais granulada e depois ser oferecida em pedacinhos, até a criança comer o mesmo alimento da família”, relata a médica.