Política

Pecuaristas negam que Frigo 10 queira monopolizar abate de bovinos

Sócios do Frigo 10 afirmam que o estabelecimento não é o único do tipo em Roraima, que existem mais quatro de pequeno porte, além do Mafir

O Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) pode retirar nos próximos dias o SIF (Serviço de Inspeção Federal) do Mafir (Matadouro e Frigorífico Industrial de Roraima), devido às condições do local e a estrutura física antiga. Ao mesmo tempo, o Frigo 10 aguarda a liberação do SIF para que possa dar início às atividades. Diante dessa situação, surgiram rumores no mercado local de que o novo estabelecimento pretende manter o monopólio do abate de bovinos.

Em entrevista ao Programa Agenda da Semana, da Rádio Folha AM 1020, neste último domingo, dia 24, os sócios do Frigo 10, os agropecuaristas José Lopes e Ermilio Paludo afirmaram que não têm como o estabelecimento monopolizar a atividade em Roraima, pois além do Mafir, existem mais quatro abatedouros de pequeno porte no estado. Um na região do Monte Cristo em Boa Vista, um em Rorainópolis, outro em Caracaraí e mais um no Cantá.

O empresário José Lopes afirmou que ao contrário do que muitos pensam, o Frigo 10 não irá atender todo o mercado existente em Roraima. Apesar de o estabelecimento ter condições de abate superior aos concorrentes, a tendência é que a demanda cresça cada vez mais.

“Hoje Roraima é livre de aftosa com vacinação e essa condição só tende a aumentar cada vez mais o rebanho de nosso estado. Temos condições de absorver essa demanda com os demais frigoríficos. O principal objetivo do Frigo 10, além do mercado local, é viabilizar a exportação de nossa carne para outros estados e até mesmo outros países”, explicou.

O outro sócio do empreendimento, o empresário Ermilio Paludo, informou que já foi feito abate teste no Frigo 10. A fiscalização esteve presente e autorizou a solicitação do SIF e o processo está em Brasília (DF) há mais de 15 dias. “Ao contrário do que muitos pensam, não podemos absorver a demanda do Mafir porque ainda não estamos funcionando”, explicou.

Ele lembrou ainda que os pecuaristas locais estão há mais de quatro anos impedidos de mandar carne abatida para Manaus (AM), devido às condições de frios do Mafir. “Antes pagávamos R$ 3 mil de frete para uma carreta levar 120 bois abatidos para Manaus, chegávamos a mandar duas mil cabeças por mês. Agora o Mafir está impedido de congelar a carne e hoje pagamos o mesmo frete para mandar 20 bois em pé em um caminhão. Isso afeta e muito a nossa margem de lucro”, afirmou.