Cotidiano

Paciente denuncia falta de materiais e superlotação na Maternidade

A FolhaWeb, a mulher relata que precisou esperar quase 24 horas para a realização de cesariana

A falta de materiais hospitalares têm sido um dos problemas mais recorrentes em unidades hospitalares do Estado. Na tarde de ontem, 13, a FolhaWeb recebeu denúncia de uma grávida do Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth (HMINSN), que teve que aguardar quase 24 horas para realização de uma cesariana. Â

“Minha filha tem um problema no coração, por esse motivo, era necessária a realização de uma cirurgia de cesariana com urgência. Dei entrada na maternidade às 12h da terça-feira, 12, entretanto, alegaram que não tinha material para fazer o procedimento. Isso porque era a segunda na fila de espera”, relatou Maysa Braga.

De acordo com ela, o procedimento só foi realizado na manhã do dia seguinte, após sua mãe ameaçar denunciar a demora à imprensa local.

“Minha mãe foi até a direção e ameaçou dizendo que iria fazer uma denúncia, porque a vida da neta estava em jogo. Não passou cinco minutos e foram comunicar que me encaminhariam para a sala de cirurgia. Fizeram a minha cesariana, estou bem agora, só que minha filha vai passar por vários exames para verificar se vai ser preciso ou não operar o coração. Só que eu não vejo apenas o meu lado. Tem muitas mães que estão nessa mesma situação”, destacou.

Além da falta de materiais, Maysa relatou que a unidade carece com a falta de leitos. Segundo ela, muitas mães estão tem do que ser acomodadas em corredores, o que para ela é desumano.

“A maternidade está super lotada. Têm gestantes no corredor sentindo dores e não podem fazer nada a respeito, porque não tem leito para acolhê-las. Infelizmente a situação está precária e a qualquer momento pode acontecer algo com os recém-nascidos”, pontuou.

O OUTRO LADO – A Secretaria Estadual de Saúdeesclarece o número de partos realizados na Unidade tem aumentado significativamente nos últimos meses, chegando até serem realizados mais de 40 partos por dia.

“Os partos cesáreos são realizados conforme indicação médica, com prioridade para os casos mais urgentes. Enquanto aguardam para ir à sala de cirurgia, as mulheres ficam no Centro Obstétrico da Unidade, recebendo todo o acompanhamento necessário por parte da equipe do HMI (Hospital Materno Infantil)” informou por meio de nota.

E ressaltou que a Maternidade é a única Unidade de referência do Estado no atendimento de mulheres grávidas e neonatologias, atendendo pacientes da Capital e do Interior, de países vizinhos e de comunidades indígenas, o que gera picos de superlotação, os quais são resolvidos o mais rápido possível.

“O fluxo na unidade é muito dinâmico e à medida que as mães recebem alta médica, diminui a quantidade de pacientes que aguardam em poltronas, até que esta situação seja normalizada. Vale lembrar que o fluxo na unidade é imprevisível, uma vez que o número de pessoas atendidas oscila em algumas épocas do ano”.

Ainda na nota, esclareceu que existem emendas parlamentares com verbas destinadas à ampliação do número de leitos na Maternidade, utilizando o espaço onde antes funcionava o Centro de Referência de Saúde da Mulher, que passou a funcionar numa sede própria.

Enquanto aguarda o andamento do processo, a direção do HMI conseguiu aumentar a capacidade de atendimento em quase 20 leitos, remanejando serviços administrativos para outros setores.

Outra ação que tem ajudado a diminuir o número de partos realizados na Maternidade é a realização de desse tipo de procedimento no Hospital Regional Sul Ottomar de Sousa Pinto, em Rorainópolis, atendendo a população do Sul do Estado. Somente nos primeiros cinco meses deste ano, foram realizados na Unidade 121 partos normais e 208 partos cesáreos.

“Em relação a materiais e equipamentos médico-hospitalares, o Estado está providenciando a o abastecimento de todas as Unidades, entre elas o HMI. No fim de semana passado, seis contêineres de materiais foram recebidos pela Sesau e distribuídos nas Unidades Hospitalares” finalizou.