Política

PMs deixaram Pizzolatti sair da viatura e entrar em ambulância após acidente

Vídeo mostra os agentes colocando o político no porta-malas da viatura, mas após intervenção do irmão ele é colocado em ambulância

O grave acidente que o ex-deputado federal e ex-secretário do Governo de Roraima João Pizzolatti provocou na SC-421 em Blumenau, na última quarta-feira (20), teve repercussão nacional. Em reportagem deste domingo no programa Fantástico, da TV Globo, um vídeo mostra os agentes colocando o político no porta-malas da viatura. No entanto, logo depois o irmão dele, o médico e ex-prefeito de Pomerode Paulo Pizzolati aparece, conversa com os PMS, tira o irmão da viatura e o coloca na ambulância. Quem assistia a cena protestou.

As imagens mostram que nenhum socorrista da ambulância participou do atendimento. Depois, o ex-deputado foi levado até o Hospital Santa Isabel, em Blumenau, sem escolta da polícia. Ele recusou o atendimento e foi embora. A vítima do acidente, Paulo Marcelo Santos, gerente comercial de 23 anos, está em estado grave com graves queimaduras nas pernas.  

A assessoria do comando da PMRv afirmou em nota ao Fantástico que os agentes não fizeram a escolta porque, no momento, a prioridade era a segurança viária no local do acidente. O Ministério Público vai investigar o caso. O médico do Samu Miguel Aiquel, responsável pelo atendimento, alegou que havia indicado Pizzolatti a ir ao pronto-socorro com a ambulância dos bombeiros, e que o “sigilo médico” o proíbe de comentar o caso.

“O procedimento correto quando há crime é conduzir até a central de plantão para que a autoridade policial analise a situação. Não foi analisado ali a situação flagrancial dele, que poderia ocasionar a própria prisão e ele ficaria preso até a audiência de custódia”, explicou o delegado Douglas Barroco.

Mais de 200 pontos na carteira

Conforme o Detran de Santa Catarina, entre 2014 e 2017, Pizzolatti somou 222 pontos na carteira em 46 multas. Neste ano, ele já havia recebido uma multa por embriaguez ao volante. O histórico também mostra que em setembro de 2007 ele teve a carteira suspensa. Já em dezembro de 2012, a CNH foi cassada por dois anos. Hoje, ele responde a um processo de suspensão em Blumenau. Todas as medidas contra o ex-deputado foram por excesso de pontos.

Entre as multas, está uma de junho de 2015 por se recusar a fazer o bafômetro. Em setembro de 2017, o ex-deputado foi multado por embriaguez ao volante. A maioria das multa é por excesso de velocidade, 31 no total. Também há multas por furar o semáforo, dirigir na contramão e dirigir com a carteira cassada.

Em nota, a defesa de Pizzolatti disse que o político lamenta “profundamento o episódio” e deseja “pronta recuperação à vítima”. Também afirmou que o ex-deputado federal foi internado para tratar o alcoolismo. Se condenado, a pena pode chegar a cinco anos de prisão.

 

Fonte: Diário Catarinense

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