Política

ONG denuncia 69 mortes e quase 3 mil detenções em protestos

Venezuela vive colapso econômico, grave escassez de alimentos, remédios e super inflação

Desde o início dos protestos contra o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em 1º de abril, 2.977 pessoas foram detidas, 197 por tribunais militares, denunciou a ONG Foro Penal Venezuelano.

A Foro Penal também contabilizou 69 mortos durante as manifestações, que inclui as vítimas de acidentes com barricadas bloqueando estradas e em saques. Entidade atribui 49 mortes diretamente ligadas aos protestos.

Das 2.977 pessoas detidas, ao menos 1.351 pessoas permanecem presas, disse numa entrevista coletiva Alfredo Romero, diretor da ONG, indicando que entre os detidos mais de 80% são jovens, 60% deles estudantes, 309 presos políticos e 32 soldados.

Romero também afirmou que os casos de assassinatos durante as manifestações estão sendo investigados e que as detenções diminuíram, enquanto os feridos e mortos aumentam.

O diretor da ONG rechaçou a forma que as forças de segurança venezuelanas dispersam as manifestações, usando fortes jatos d’água contra as pessoas, além de gás lacrimogêneo e balas de borracha.

Em relação à quantidade de feridos, Romero disse que já foram registrados mais de 3 mil feridos e fez um chamado aos venezuelanos para denunciar os casos à Procuradoria de Direitos Fundamentais para que se faça um registro da violência das manifestações.

Alonso Medina, advogado da organização de direitos humanos, assegurou que 355 civis foram julgados por tribunais militares, e 197 deles foram enviados para a prisão. “A estrutura de justiça militar está subordinada ao Executivo, o que viola os princípios fundamentais do direito. É uma situação típica de regimes ditatoriais”, disse.

Já a Procuradoria venezuelana contabiliza 60 mortos e mais de mil feridos durante as manifestações, que exigem eleições gerais e a saída do presidente.

O governo e a oposição se responsabilizam pela violência nas manifestações. Maduro acusa os seus adversários de atos de terrorismo para dar um golpe de Estado, enquanto estes o culpam por uma brutal repressão. A oposição promete uma escalada em suas mobilizações.

A Venezuela vive um colapso econômico que gera uma grave escassez de alimentos e remédios, e uma inflação que, segundo o FMI, ultrapassará os 720% este ano, além de criminalidade crescente.

Com informações do Portal Época