Cotidiano

Número de casos de sífilis congênita reduz em 7 anos

Conforme dados do Núcleo de Controle de DST/Aids da Coordenadoria-Geral de Vigilância em Saúde (CGVS), o número de casos de sífilis congênita, quando a doença é transmitida da mãe para o recém-nascido, diminuiu nos últimos sete anos em Roraima. De 2010 para cá, data em que foi registrado o maior número de casos diagnosticados no Estado (52), houve uma queda de registros da doença. Em 2011, foram registrados 29 casos. Em 2012, houve um crescimento com 42 casos e, em 2013 foram 44 casos, mas ainda menor do que foi registrado há sete anos.

Em 2014, os números caíram novamente, desta vez, com apenas 13 casos registrados. Em 2015, o número permaneceu também com 13 casos diagnosticados. Já em 2016 houve um novo aumento, com 23 casos registrados. Até agora, no primeiro semestre de 2017, foram registrados 10 casos no total. Os dados também revelam que a transmissão se concentra em Boa Vista, com poucos casos registrados em Rorainópolis, Caroebe e Caracaraí.

Segundo o gerente do Núcleo de Controle, José Viola Ramos, pode-se afirmar que, apesar da elevação dos números de casos de sífilis em 2013 e 2016, os números permaneceram menores nos últimos anos, o que pode ser considerado um ponto positivo.

GESTANTES – No entanto, apesar da queda de número de transmissão da doença para recém-nascidos, houve um aumento significativo no registro de gestantes com sífilis. De 2010 para 2016, por exemplo, houve um acréscimo de mais de 120 casos.

Conforme dos dados da CGVS, em 2010 foram confirmados 28 casos e, em 2011, foram 22. Já em 2012, o número subiu para 75 e, em 2013, para 97. No ano seguinte, em 2014, houve uma queda com o registro de 77 casos. Porém, em 2015, o registro saltou para 111 casos e para 145 casos em 2016. Até agora, em 2017, foram registrados apenas 40 casos.

Apesar do resultado negativo, Ramos defende que não necessariamente o dado queira dizer algo negativo. “Temos que considerar a opção de que as pacientes estão preocupadas em saber como está a sua saúde no momento da gravidez e procurado por um médico para fazer os exames”, ponderou.

CAPACITAÇÃO – O gerente explicou que o Governo do Estado tem adotado medidas para combater a doença, como capacitações na área da saúde e treinamento de funcionários, para obter um diagnóstico de sífilis, HIV, hepatite c e b mais eficaz.

“Fazemos também campanhas nas diferentes datas comemorativas, como Carnaval, Festa Junina e outras atividades que promovem a conscientização do uso da camisinha, seja a feminina ou masculina, e outros meios para que a pessoa modifique a sua vida sexual e tenha relações seguras”, disse.

Com relação às gestantes, Ramos ressaltou a importância de realizar o exame pré-natal. “Um bom pré-natal significa que a mãe terá um recém-nascido saudável, sem doenças. O diagnóstico da doença também é ofertado em qualquer centro de saúde e nos hospitais. Todo o Estado está coberto com meios de diagnóstico para solucionar em caso de DST”, informou.

DOENÇA – A sífilis é o nome dado à infecção decorrente da bactéria Treponema pallidum que invade o corpo em quatro fases. A primeira, dura no mínimo quatro e no máximo oito semanas e se manifesta como uma ferida indolor que desaparece sozinha, sem deixar rastros. Segundo o gerente, as feridas são apresentadas principalmente nos genitais.

“No caso da mulher é um pouco mais complicado para diagnosticar por conta do órgão genital, pois as feridas podem se encontrar na parte interna do canal vaginal. No homem é mais visível”, explicou José Viola.

A segunda fase aparece entre seis semanas e seis meses após os machucados genitais sumirem. O infectado pode apresentar feridas pelo corpo, manchas vermelhas e, sobretudo, lesões na palma das mãos ou dos pés.

Na terceira fase, a doença fica reclusa e pode demorar a apresentar os sintomas em até 40 anos. A terceira fase, que atinge o coração e o sistema nervoso, acontece muito tempo depois, caso a doença não tiver sido tratada nas primeiras fases. (P.C)