Cotidiano

No Natal da crise, principais itens da ceia estão mais caros este ano

Preços elevados estão fazendo com que os consumidores antecipem as compras e recorram a promoções e cestas básicas de natal

Os consumidores deverão ter um Natal mais caro este ano. Isso porque alguns produtos que compõem a ceia natalina aumentaram de preço em comparação¬¬ com o mesmo período do ano passado. Itens típicos, como peru, panetone e vinho, que não podem faltar na mesa de muitas famílias roraimenses, vão pesar um pouco mais no bolso do consumidor.

A projeção da Pesquisa de Natal 2016 da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) é de que o preço desses e de outros produtos natalinos variem, em média, 8,83%, dentro da inflação. Itens como o vinho, que registrou alta de 11,17%, o azeite (18,21%), a maionese (15,18%), a couve (14,62%) e os ovos (13,62%) estão entre os que sofreram as maiores elevações nos preços. As menores variações foram do pernil (1,79%) e do lombo suíno (1,98%).

Além destes produtos, o quilo de dois dos itens mais procurados para compor a ceia de Natal, o peru e o pernil de porco, chega a ultrapassar os R$ 25,00. Já o frango Chester de aproximadamente 3Kg custa em torno de R$ 19,00. Outro produto indispensável na ceia, o panetone, também ficou mais caro. A versão mais simples, recheada com frutas cristalizadas, custa R$ 11,99 em média.

A Folha percorreu alguns supermercados da Capital, distribuídos pelas zonas Norte e Oeste, e constatou que, mesmo com a elevação no preço dos produtos que compõem a ceia, vários estabelecimentos disputam a preferência do consumidor com “promoções relâmpagos”, aquelas que duram um ou dois dias.

Segundo o gerente de um supermercado localizado na zona Leste, José Bezerra, apesar de ainda faltarem algumas semanas para o Natal, a procura pelos produtos tem sido grande. “Já temos os itens da época porque é um período sazonal e tem que focar nesses itens. Já estamos ofertando desde novembro o peru, pernil, chester, além das passas e castanhas que são tradicionais. A procura já está alta, inclusive já repomos o estoque de alguns produtos”, disse.

Conforme ele, uma das alternativas para ajudar na economia ao consumidor, além das promoções, foi a criação de cestas básicas com produtos natalinos. “Temos cestas básicas montadas que estão saindo muito e temos promoções também onde encaixamos esses produtos. A cesta básica foi uma alternativa que criamos há 3 anos que se tornou um dos itens mais vendidos nessa época, que tem produtos da ceia”, destacou.

ECONOMIA – A advogada Rogéria Lopes decidiu antecipar as compras da ceia de Natal e aproveitou um dia de promoções para economizar. “Hoje estou aqui porque é dia de promoção, mas em relação ao ano passado está mais caro. A promoção foi uma alternativa para tentar economizar, já levei o pernil e o chester, mas gastei muito mais”, disse.

Segundo ela, praticamente todos os produtos da ceia encareceram. “Esse ano está mais caro do que no ano passado. Produtos como arroz, pernil e chester estão mais caros. Minha família não é tão grande. No ano passado gastei cerca de R$ 1 mil com a ceia, mas este ano já gastei muito mais. A alternativa é buscar dia de promoção e ficar pulando de um supermercado para outro”, frisou.

O comerciante Jorge Almeida tomou uma medida ainda mais drástica e já decidiu que não fará ceia de Natal este ano. “De preferência, vou encostar na casa de alguém e fazer uma ‘vaquinha’ para economizar com essa ceia. Costumo fazer ceia na casa de amigos que gostam de festa, mas de qualquer forma temos que compartilhar e dividir a comida. Achei o panetone o item mais caro em relação ao ano passado. É sempre bom pesquisar os preços e, com essa concorrência, tem bastante opção com atacados e supermercados”, frisou. (L.G.C)