Polícia

Moto furtada vai a leilão e proprietária só é comunicada após venda

A proprietária da motocicleta modelo Honda/Biz, cor rosa, placa NAO-1009, está vivendo momentos de muita aflição depois que descobriu que seu veículo foi leiloado no dia 14 de dezembro do ano passado. A mulher procurava a moto há mais de um ano e só soube que foi encontrada quando agentes do Departamento Estadual de Trânsito de Roraima (Detran/RR) ligaram enquanto faziam a transferência de proprietário, ao descobrirem que havia uma restrição de roubo e furto. A motocicleta foi furtada no dia 26 de janeiro de 2017, do estacionado da maternidade, bairro São Francisco, e recuperada no dia 28, no bairro 31 de Março, bairros da zona Norte.

“Eu estava na maternidade, tinha acabado de ganhar bebê. Meu esposo foi ficar comigo, na minha biz. Quando foi na madrugada do dia 25 para o dia 26 de janeiro do ano passado fomos furtados. Até as 23h, a moto estava no estacionamento da maternidade e meu esposo ficou dentro do quarto, comigo. Quando ele saiu no dia 26 pela manhã, para voltar para casa a moto não estava no local”, explicou.

O esposo da vítima procurou a Delegacia de Polícia Civil e fez o registro do Boletim de Ocorrência, relatando o furto, enquanto isso, os dois passaram a procurar a moto. “A gente ficou procurando a moto e nada. Eu procurei a moto em todos os departamentos: Detran, Smtran [Superintendência Municipal de Trânsito], até junho do ano passado. Perdi as esperanças de encontrar a moto. Quinta-feira da semana passada, eu estava em casa quando o Detran ligou para saber se eu tinha uma moto que havia sido furtada, eu disse que sim. O agente falou que o caso da moto estava no Detran, porque ela foi leiloada e o comprador estava transferindo para o nome dele, mas perceberam que tinha uma restrição e por isso me ligaram para avisar”, destacou a vítima.

Temendo perder seu veículo, a mulher pediu que o Detran não entregasse a moto ao comprador porque iria tentar recuperá-la. “Eu pedi para ‘segurar’ a moto porque deixei claro que é minha, que foi furtada há um ano na maternidade. Me chamaram para ir depor na Polícia Civil esta semana e eu fui. Mas durante todo esse tempo eu não sabia o procedimento da moto. Não sabia como ela foi achada, onde foi achada, com quem estava, não sabia de nada. Cheguei a ir à Polícia Rodoviária Federal, também não estava. Retornei à Smtran, ao Detran, mas ninguém dava informação”, afirmou a mulher.

A vítima revelou que somente esta semana o caso foi esclarecido. “Só agora eu descobri que a moto tinha sido localizada no dia 28 de janeiro de 2016, dois dias depois do furto, no bairro 31 de Março, abandonada numa rua.

Ligaram para a Polícia Militar que levou a moto, mas nunca entraram em contato comigo. Somente quando a moto foi leiloada entraram em contato comigo. Nesse tempo todo estava no pátio da Polícia Civil ou da PM, não sei afirmar. Até hoje quando busco informações, não me dão”, declarou a vítima.

Atualmente a moto está no Pátio da Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos de Veículos Automotores Terrestres (DRRFVAT). “Juntei todos os documentos para recuperá-la, mas não posso porque não tem delegado. Descobri que o delegado só estará por lá em fevereiro ou março e eu estou de mãos atadas. Para onde vou, sou mandada para outro lugar”, ressaltou a proprietária da moto.

O objetivo da vítima é que as autoridades tomem conhecimento e se manifestem sobre o caso. “A moto não está em meu nome, mas no nome da pessoa de quem comprei, porém tenho um documento de compra e venda registrado em cartório. Não sei se quando foi recuperada tentaram entrar em contato com a pessoa que tem o nome no documento, mas o fato é que a primeira dona da moto também não me procurou. Eu acredito que não ligaram para ninguém. A moto estava com restrição de roubo e furto, tinha B.O registrado com três números de telefone para contato e nunca ligaram. Ligaram para os três números agora para dizer que a moto tinha sido vendida num leilão. Eles alegam que entraram em contato, na época, e ninguém atendeu”, concluiu a mulher.

GOVERNO – Por meio de nota, a Comissão de Leilão do Detran/RR informou que a moto citada foi leiloada através do Tribunal de Justiça (TJRR) em dezembro, que era responsável pelas notificações e leilão. “O Detran não tem nenhum envolvimento com esse leilão, qualquer informação deve-se procurar o TJ”, disse o texto. (J.B)