Cotidiano

Moradores denunciam sujeira em terreno abandonado no Treze

Um terreno particular, na rua das Tangarás esquina com Avenida General Sampaio, ao lado da Escola Maria das Dores Brasil, no bairro Treze de Setembro, zona oeste de Boa Vista, encontra-se abandonado. Segundo os moradores da região, há mais de dois anos que o local está esquecido, servindo de abrigo para moradores em situação de rua, marginais, usuários de drogas e como criadouro do mosquito Aedes aegypti, que transmite a dengue, a chikungunya e a zika, o que vem preocupando a vida dos residentes.

“Há mais de dois anos que esse terreno está aí sem cuidados reais. Nós sempre pedimos ao proprietário para que algo seja feito, mas, como se pode ver, quase nada é feito. Está aí, cheio de poças d´agua, de sujeira e nós estamos preocupados com a situação”, disse uma moradora, que não quis se identificar.

Segundo a moradora que vive na rua Tangará há mais de 20 anos, a situação vem deixando os moradores inseguros. “É com frequência que vemos pessoas fazendo uso de drogas no local, suas necessidades básicas, isso nos dá medo e insegurança. Parece até que estamos reféns em nossos lares porque às vezes deixamos de sair, principalmente à noite, com receio de ter nossos bens roubados”, contou.

Um morador de 69 anos, que pediu para não ter a identidade revelada, afirmou que a maior preocupação é com o contágio de doenças, devido à área não receber os cuidados necessários. “Recentemente eu fui acometido pela chikungunya, não posso afirmar que a situação de abandono do terreno tenha sido a causa, mas é bem provável que sim. Agora estamos mais cuidadosos para que outras pessoas da família não peguem a doença, principalmente as crianças”, comentou o morador.

Os moradores cobram do responsável uma solução. “Eu espero que a situação seja resolvida porque nós não aguentamos mais conviver com esse problema, que providências sejam tomadas para que assim tenhamos mais tranquilidade”, reclamou.

OUTRO LADO – A Folha tentou contato com o proprietário do terreno, mas até o fechamento desta edição não obteve retorno.

PREFEITURA – Segundo a Prefeitura de Boa Vista, trabalhos de fiscalização em terrenos baldios na capital estão sendo realizados. Informou ainda que enviará uma equipe para verificar a situação do local citado. “De acordo com o Código de Postura do Município, os terrenos devem ser mantidos limpos, capinados e isentos de quaisquer matérias nocivas à saúde da vizinhança e da coletividade. A responsabilidade quanto à limpeza é dos proprietários”, disse em nota.

A fiscalização ocorre a partir da escolha de um bairro, onde muitas vezes se recebe a denúncia da própria população. Os fiscais da Secretaria Municipal de Economia, Planejamento e Finanças visitam todas as quadras do bairro identificando quais terrenos estão sujos. A partir daí é feito o mapeamento do local. Posteriormente, os proprietários são identificados e é lavrado o auto de infração.

A relação é publicada no Diário Oficial para que os proprietários tomem conhecimento e possam providenciar a limpeza do terreno. O boleto para pagamento da multa pode ser retirado no site da Prefeitura de Boa Vista com o número da inscrição cartográfica que consta na publicação. A multa é referente a 200 UFM (Unidade Fiscal Municipal), equivalente a R$ 560,00. Se mesmo assim o proprietário não providenciar a limpeza num prazo de dez dias, será multado novamente, com acréscimo de 50% do valor por reincidência.

Segundo a Prefeitura de Boa Vista, os bairros que apresentam o maior número de terrenos baldios são: Cidade Satélite e Paraviana. Só neste ano em toda a cidade já foram autuados aproximadamente quatro mil terrenos. (E.M)