Cotidiano

Moradores de Pacaraima fazem manifestação pacífica

Centenas de manifestantes se reuniram ontem, 20, em Pacaraima, município que faz fronteira com a Venezuela, e realizaram um protesto pacífico. Os participantes se vestiram de verde e amarelo e, ao som do hino nacional, percorreram várias ruas da cidade. O objetivo foi reivindicar das autoridades providências em relação aos problemas vivenciados pela população quanto à migração de venezuelanos, como: aumento da criminalidade, com ocorrências de assaltos, roubos e furtos, e ocupação de locais públicos.

Segundo os manifestantes, o ato tem também o propósito de evitar um confronto físico entre brasileiros e venezuelanos. Kleber Alves, que mora na cidade há 17 anos, afirmou que está impossível sair à noite por conta dos assaltos e os locais públicos viraram pontos de uso de drogas. “Venezuelano não merece mais ajuda. Ajudamos de bom coração e, mesmo assim, eles roubam brasileiros, além de nos desrespeitar. Queremos providências das autoridades, por isso estamos de verde e amarelo ouvindo o som do hino nacional para demonstrar que precisamos abrir os olhos para a situação, que o Brasil é nosso”, disse o morador.

Ele concluiu dizendo que a população vai continuar cobrando uma solução das autoridades. “Não vamos parar de cobrar das autoridades uma solução. Essa é apenas uma das nossas ações. O problema é grave e nossos políticos têm que resolver antes que o povo tome a iniciativa de resolver com as próprias mãos. É que não queremos”, frisou Kleber Alves.

Conforme Eraldo Nunes, também morador da cidade há 20 anos, a população tem perdido os poucos espaços de lazer que existem no município, como ginásio de esportes, o palco da realização do evento Micaraima, entre outros.

Ele reforçou também o aumento da criminalidade. “Essa manifestação é para nossa cidade voltar a ter paz e não perdermos os poucos espaços que temos para lazer. As autoridades têm que tomar as rédeas da situação. Nosso povo não aguenta mais essa realidade”, disse.

De acordo com a moradora Waldenora Maia, a cidade não consegue atender a demanda da imigração e, por conta disso, os moradores sofrem com a falta de água, de medicamentos e vagas no hospital e postos de saúde do município, além de ter que lidar com o aumento da violência.

“A gota d’água foi quando as autoridades quiseram transformar nossa única quadra em um abrigo para os venezuelanos, o local é usado como lazer onde ocorrem shows, exposições e eventos culturais e não poderá ser mais usado”, citou. (E.S)