Política

Menor é morto a tiros em protesto contra Maduro

Ao menos outros 27 ficaram feridos em Caracas

Um jovem de 17 anos foi morto ontem com um tiro no peito durante confrontos entre manifestantes da oposição e a polícia em Caracas, na Venezuela. Ao menos outros 27 ficaram feridos.

A morte de Fabian Urbina eleva a ao menos 73 o número de vítimas nos confrontos nas ruas do país desde 1º de abril. Opositores do presidente Nicolás Maduro exigem eleições gerais, liberdade para ativistas presos, ajuda humanitária estrangeira e autonomia para a Assembleia Nacional, controlada pela oposição. O governo chama os manifestantes de violentos e diz que são apoiados pelos Estados Unidos.

A manifestação desta segunda reuniu cerca de 10 mil pessoas nas ruas de Altamira, na zona leste da capital, e foi uma das maiores demonstrações das últimas semanas contra Maduro. Os opositores tentaram marchar até a sede do poder eleitoral, no centro de Caracas, mas foram dispersados pelas forças de segurança.

A polícia usou canhões de água e gás lacrimogêneo para conter os manifestantes, muitos dos quais jogaram pedras, coquetéis molotov e fogos de artifício contra os agentes.

O ato visava a demonstrar que o movimento não perdeu força depois de mais de dois meses de confrontos quase diários nas ruas. “Dia 80 da resistência e as pessoas não estão cansadas. Hoje, está claro para qualquer um que estava preocupado que as ruas se calaram que esse não é o caso”, disse Freddy Guevara, deputado do opositor partido Vontade Popular, que participou do ato.

Repórteres das agências de notícias Reuters e AFP registraram o que parece ser um policial apontado uma pistola contra os manifestantes.

O ministro do Interior, Nestor Reverol, disse ter havido “uso de força inapropriado e desproporcional”. Em sua conta no Twitter ele confirmou que uma pessoa morreu e várias ficaram feridas e que os oficiais envolvidos serão investigados. Reverol criticou também a violência dos manifestantes.

O prefeito de Chacao, Ramón Muchacho, afirmou que outras seis pessoas foram feridas a bala. “Condenamos a violência, em especial o uso de armas de fogo para reprimir a cidadãos que exercem o direito constitucional de se manifestar pacificamente”, disse Muchacho.

Fonte: Valor Econômico