Os casos de sarampo registrados em Roraima continuam subindo. De acordo com dados atualizados pela Secretaria estadual de Saúde (Sesau), já são 397 casos notificados em todo estado, sendo 172 confirmados, 175 ainda em investigação e 50 descartados até o momento.
No mês passado, a Sesau declarou epidemia da doença no estado e continua procurando medidas para tentar diminuir a quantidade de ocorrências. O primeiro caso registrado pela Sesau ocorreu em fevereiro. O mês de março foi o de maior incidência. Até o momento, foram registradas duas mortes ocasionadas pelo sarampo e uma terceira está sendo investigada.
Segundo a gerente do Núcleo de Doenças Exantemáticas da Sesau, Nayane Nomiyama, todos os casos que foram confirmados tiveram as mesmas características do vírus que circula na Venezuela desde 2017, portanto, é trabalhada a ideia que uma pessoa infectada no país vizinho teria começado o surto em Roraima ao atravessar a fronteira.
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“Estamos procurando uma resposta rápida para a situação. Nos municípios mais vulneráveis, os trabalhos são feitos com programações que investiguem caso a caso. Mesmo nos municípios que ainda não registraram nenhum caso da doença, fazemos a investigação para entendermos como o vírus está circulando”, explicou.
Dentro dos dados repassados pela Secretaria, destaca-se que crianças de um a quatro anos estão sendo as mais afetadas, com 40 casos confirmados, seguidos de bebês com menos de um ano, que somam 36 casos, e em seguida, crianças de cinco a nove anos, com 33 casos. Pacientes de 10 anos a 59 anos somam 63 casos confirmados.
Os homens são as maiores vítimas da doença, representando 57%, contra 43% das mulheres. Dentro do perfil característico avaliado pela Secretaria de Saúde, a maior quantidade de casos está ocorrendo em venezuelanos, com 208 notificações da doença, sendo 116 confirmados. Entre os brasileiros, esse número representa 54 casos confirmados das 186 notificações registradas pela Sesau.
Entre os venezuelanos, os indígenas são os principais afetados pelo sarampo. Até o mês de maio, foram 70 casos confirmados, representando 41% contra os 46 casos de não-indígenas venezuelanos, que totalizam 27%. Já com os brasileiros, somente 10 casos envolvendo indígenas foram totalizados, mas em não-índios, o número chega a 44.
Para evitar o contágio da doença em Roraima, é necessário ficar atento ao cartão de vacinação. Mesmo com o fim da campanha de vacinação contra o sarampo, os postos de saúde ainda realizam o procedimento. “A prevenção é somente a vacina, que é a tríplice viral. Também evitar contato com pessoas que já são casos confirmados. Prevenção mesmo só vacina”, alertou Nayane. (A.P.L)
