Política

Luciano diz não ter espaço para ele e Jucá no mesmo palanque

Partido da República estaria em negociações com o grupo governista, e tanto Luciano Castro como Édio Lopes estariam de malas prontas para alianças com Suely Campos

O ex-deputado federal Luciano Castro (PR) afirmou que ainda não decidiu em que palanque pretende concorrer à vaga para o Senado Federal. Luciano, que foi visto em várias reuniões políticas e estava no palanque do ex-governador Anchieta Junior (PSDB), deve deixar o grupo por não encontrar ambiente propício para ser eleito. Ele é pré-candidato ao Senado pelo Partido da Republica, do qual é presidente estadual. 

Em conversa com a reportagem da Folha, Castro explicou que, apesar de não ter nenhuma desavença com o senador Romero Jucá (MDB), é impossível os dois estarem no mesmo palanque nesta eleição concorrendo à mesma vaga. “A minha situação do lado de Anchieta, no mesmo palanque, ficou inviabilizada visto que a coligação não elege os dois senadores e não vou ficar no confronto, pois isso vai acabar prejudicando a todos”, explicou.

Para ele, neste momento, está bem difícil se chegar a um entendimento. “Não vejo uma possibilidade concreta de chegarmos a um entendimento neste momento, mas vamos dizer que o diálogo não foi encerrado em definitivo”, disse Luciano Castro, que explicou que ainda não definiu nada pelo fato de nesta etapa das eleições 2018 todos estarem conversando com todos e que nada pode ser considerado definitivo.

As discussões no PR sobre essa possível aliança na disputa para o Senado começaram na semana passada. As articulações estão sendo comandadas pelos líderes da base governista que tentam ganhar protagonismo na negociação eleitoral e, ao mesmo tempo, isolar PSDB e MDB, que negociam possível aliança em torno da candidatura do ex-governador Anchieta Junior.

Integrantes das cúpulas desses partidos já se reuniram pessoalmente pelo menos uma vez. O encontro aconteceu na residência oficial da governadora Suely Campos e a ideia é tentar trazer os líderes do PR para o palanque de Suely, fortalecendo assim a candidatura governista no interior do Estado.

Sobre a possibilidade desse acordo se concretizar, Luciano Castro disse que tem conversado com todos, mas que ainda não definiu seu palanque. “Não tem nada dessa negociação de cargos que estão espalhando por aí. Estou conversando, mas nada foi fechado de forma definitiva sobre alianças e muito menos estou fazendo negociação por cargos políticos”, frisou.

Castro também descartou a possibilidade levantada nos bastidores de desistir da pré-candidatura ao Senado e se tornar o vice de Suely Campos. “Não sou vice de ninguém. Não fui vice nem mesmo de Ottomar, que foi a minha casa me chamar e convidar e era eleição ganha aquela. Por enquanto nada foi definido e quando tiver tudo certo e acordado, eu aviso a vocês da imprensa”, disse.

ÉDIO – Também em conversa com a reportagem da Folha, o deputado federal Édio Lopes (PR) explicou que o posicionamento do partido e seu posicionamento pessoal nem sempre estão alinhados.

“O PR não é só o deputado Édio. Tem o nosso fundador do partido, Luciano Castro, que almeja uma das vagas de Senador da República e ele, como tal, está totalmente à vontade para buscar abrigo em qualquer coligação onde ele encontre melhores possibilidades de eleição. O que posso adiantar é que eu não estou participando dessas negociações relacionadas a coligações ou alianças partidárias. Então vamos esperar os desdobramentos para filtrar o que é o que realmente existe nisso”, disse.

Sobre a possibilidade de uma aliança com o grupo governista, Édio Lopes disse que não tem nenhum entendimento com Suely Campos. “Eu não converso com a governadora Suely Campos tem uns seis meses. Portanto eu não fiz nenhum entendimento com ela a respeito de apoio político ou negociação de cargos. O que me causa mais surpresa ainda com relação a essa questão é dizerem que estou negociando a Secretaria do Índio. Eu creio que o atual secretário está fazendo um bom trabalho dentro da estrutura que o governo disponibiliza e, além do mais, existem especulações de que o Armando Neto, que está na Funai, é que iria para essa secretaria. O que posso esclarecer é que por enquanto, não teria nenhuma razão para sequer pensar uma situação dessa natureza, portanto é improcedente qualquer negociação minha com a governadora”, finalizou o parlamentar. (C.C)