Política

Lava Jato altera disputas nos Estados; Roraima é um dos atingidos, segundo pesquisa

Levantamento do ‘Estado’ mostra que a operação influi e modifica cenário eleitoral em pelo menos 14 das 27 unidades federativas do País

Iniciada em março de 2014, a Lava Jato já impacta no cenário eleitoral de 2018 em pelo menos 14 das 27 unidades da Federação, aponta levantamento do Estadão. O efeito mais comum tem sido a revisão dos planos eleitorais de líderes políticos. Citados em delações, alvo de inquéritos ou ações, nomes antes cotados para cargos majoritários no Executivo agora traçam planos mais modestos nas disputas do ano que vem. O mandato garante a prerrogativa de foro no Supremo Tribunal Federal.

Os políticos envolvidos na Lava Jato negam qualquer irregularidade. A mudança de planos acontece principalmente entre os atuais senadores que desejam renovar seus mandatos em outubro do próximo ano.

No Amazonas, os dois senadores, Eduardo Braga (PMDB) e Vanessa Graziottin (PC do B), também estão revendo os planos para 2018. “O natural é o Senado”, disse o peemedebista, que inicialmente queria se candidatar a governador. Vanessa, por sua vez, disse a aliados que deve tentar uma vaga na Câmara dos Deputados – o mesmo plano dos senadores Gleisi Hoffmann (PR) e Humberto Costa (PE), ambos do PT.

Em Roraima, a Lava Jato tornou incerta a candidatura da prefeita de Boa Vista, Teresa Surita (PMDB), ao governo do Estado. Ela é ex-mulher do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), que é investigado na operação.

Alvo de 12 inquéritos no Supremo, sendo oito na Lava Jato, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), por exemplo, mudou de lado e foi para oposição ao governo Michel Temer. Em Alagoas, pesquisas internas mostram que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lidera a corrida presidencial em 2018, quando Renan tentará renovar o mandato. Todos os citados já negaram envolvimento em crimes.